Chelsea, PSG e City: Novos ricos estabelecem nova ordem na Europa

Há uma nova ordem no futebol europeu, e ela não começou agora. Representantes dos "Novos Ricos", Chelsea, Manchester City e Paris Saint-Germain deram um salto rápido em conquistas nacionais com a chegada de investimentos estrangeiros, muitas vezes de origens questionáveis. Mas a Europa parecia o limite para o modelo. Não mais.

As semifinais da Liga dos Campeões podem ser um novo marco para a geração dos "Novos Ricos". Afinal, três dos concorrentes se enquadram no conceito, e dois deles nunca venceram o torneio. O Real Madrid, dono de 13 títulos e maior campeão europeu, é o único representante da "Velha Guarda".

O Chelsea pode ser considerado o pioneiro desta nova ordem do futebol. Em 2003, o clube passou ao controle de Roman Abramovich, um dos homens mais ricos do mundo, que fez sua fortuna cercado de polêmicas e acusações. O time conquistou cinco dos seus seis títulos do Inglês depois do investimento russo e tornou-se em uma potência mundial.

Como pioneiro, os Blues foram também os primeiros do grupo a conquistar a Europa. Em 2011/12, contra as expectativas e em uma temporada turbulenta, o time londrino foi campeão sobre o Bayern de Munique, nos pênaltis. Antes, já tinha chegado a uma final, em 2007/08. 

O sucesso do Chelsea não fez diminuir a desconfiança sobre os "Novos Ricos". O fato de ter caído no Mundial de Clubes para o Corinthians, e o domínio da tradição nos anos seguintes - Bayern, Barcelona, Real Madrid e Liverpool foram os campeões, fez até crescer a sensação de que, afinal, o título tinha sido apenas um acidente de percurso.

Os altos investimentos, no entanto, vem invariavelmente com a "obsessão da Liga dos Campeões". E o Paris Saint-Germain, hegemônico na França depois de investimento milionário do Catar, recentemente conseguiu se livrar da sensação de que estaria preso ao sucesso local. Em 2019/20, o time de Neymar, Mbappé e outros craques só foi parado na final pelo Bayern de Munique.

O PSG deu a resposta nas quartas de final de 2020/21 e eliminou o gigante alemão, com muito mais tradição no torneio. O rival será o Manchester City, com investimento milionário dos Emirados Árabes. Um deles estará na final.

"A camisa pesa" e "não se pode comprar tradição". Certamente os torcedores dos três clubes já escutaram argumentos do tipo. Mas a realidade parece diferente: os "novos ricos" estão ai, e tradição apenas não será suficiente para pará-los.