O torcedor atleticano comum pode não achar familiar o nome Anderson Cordeiro. O alvinegro mais atento, porém, lembra muito bem do jovem atacante, herói do título da Copa do Brasil sub-20 em 2017. Hoje, Anderson brilha no futebol búlgaro, e chama a atenção de clubes franceses.
A trajetória de Anderson teve início no interior de Minas. Começou na escolinha Famorine, em Bom Despacho, até buscar a sorte no futebol paulista. Como lembra em conversa com a reportagem, o primeiro clube da carreira poderia ter sido a Ponte Preta, mas acabou sendo o Desportivo Brasil. Por uma coincidência do destino.
"Quase fui para a Ponte, só que aconteceram alguns imprevistos. O carro quebrou no meio da estrada, ficamos eu, meu pai e minha mãe dois dias na estrada e perdi o teste. Quando conseguimos arrumar tudo, cheguei no terceiro dia de teste e eles nem me viram direito e me dispensaram. Depois dali, fui ao Desportivo Brasil. Fiquei três semanas de avaliação. Na semana final, a decisiva, arrebentei e o pessoal viu que eu tinha potencial", recordou.
Após quase três anos na base do Desportivo Brasil, Anderson Cordeiro chamou a atenção do Atlético Mineiro. Se mudou para BH em 2017, e acabou sendo herói do título da Copa do Brasil sub-20 do Galo. O Alvinegro derrubou o Vasco na semifinal com uma virada histórica.
"Perdemos por 2 a 1 em casa, estávamos perdendo de 2 a 1 na casa deles. Aos 46 do segundo tempo, fiz um gol, e aos 47 eu dei uma assistência e nos classificamos", relembrou o atacante, que chegou a ser relacionado no profissional naquele mesmo ano.
"Foi um momento incrível para mim. Fui relacionado para um jogo contra a Chapecoense, nem esperava entrar. Então o Roger Machado me chamou, entrei, quase fiz um gol. Depois disso, não sei o que aconteceu, mas não tive mais oportunidades. Todo mundo elogiou. Arrebentei na estreia, mostrei um pouco do meu futebol, mas não tive sequência", lamentou.
Anderson ainda passou uns meses no Taubaté antes de se mudar para o futebol búlgaro. O próximo desafio na carreira seria no Tsarsko Selo, longe de casa, em um clima frio, com uma língua diferente e uma culinária pouco familiar.
"Um desafio muito grande, mas sempre foi um sonho jogar fora. Com apenas 20 anos, tive essa oportunidade. Resolvi aproveitar e agarrar com unhas e dentes. Deus vem me abençoando e, independente de ser difícil, conheço meu potencial e sei que sou capaz de superar as dificuldades. Dificuldades no modo de vida, e mesmo da língua, que é muito diferente. Até a comida é muito diferente, o futebol... Até a gente acostumar... Tudo é aprendizado", garantiu.
Anderson Cordeiro fez 36 jogos pelo Tsarko, marcou quatro gols e deu duas assistências. O brasileiro analisa de forma positiva sua trajetória na Bulgária.
"Me destaquei nos campeonatos daqui, é minha segunda temporada aqui. Busco melhorar a cada dia mais, dentro e fora de campo, para poder evoluir como ser humano e jogador. É sempre um desafio, estou motivado para terminar bem a temporada e alcançar grandes coisas lá na frente", projetou.
E coisas grandes podem mesmo estar guardadas para o futuro. Recentemente, olheiros do Saint-Étienne, da França, estiveram acompanhando de perto Anderson, que é sondado pelo futebol francês.
"É um time que está na elite do futebol francês, time de nome... Fiquei muito feliz com a notícia (do interesse). Isso me dá uma motivação a mais para estar sempre focado, trabalhando. No momento certo, o que tiver que acontecer, vai acontecer. Basta eu estar preparado para quando a oportunidade chegar", admitiu.
Por enquanto, porém, o interesse dos franceses não passa da observação. "No momento, não chegou nada ainda. Estou tranquilo em relação a isso. Quero fazer meu trabalho e continuar focado".