Azarão, zebra, surpresa... Você pode escolher o adjetivo que quiser para falar sobre o Paulista campeão da Copa do Brasil de 2005, mas terá de reconhecer, afinal, que nenhum deles é tão fiel à realidade assim. Do início ao final da campanha o time provou seu valor diante dos supostos favoritos: derrotou campeões, clubes entre os mais tradicionais do Brasil, e revelou uma geração que viria a ganhar espaço nos principais palcos do futebol nacional e internacional.
Victor (reserva na época) e Réver, por exemplo, foram campeões da América no Atlético Mineiro, onde estão até hoje. Márcio Mossoró, por sua vez, brilhou no futebol turco durante muitos anos. E Finazzi jogou depois em Athletico Paranaense, Corinthians e Fortaleza.
A campanha de 2005 começou com classificação diante do Juventude. Depois, viriam outros adversários de peso. Primeiro o Botafogo, superado depois de dois empates, e então o poderoso Internacional, vice-campeão Brasileiro de 2005 e campeão da Copa Libertadores do ano seguinte. O Colorado também ficou pelo caminho depois de uma emocionante decisão nos pênaltis.
Veio o Figueirense, e aí poderia-se esperar uma classificação mais tranquila contra o clube catarinense. Não aconteceu. O Figueira vinha embalado, pois se o Paulista havia eliminado o time que viria a ser o vice-campeão Brasileiro, o Furacão do Estreito eliminou mesmo o campeão, o estrelado Corinthians da MSI, liderado em campo por Carlitos Tevez. Mais uma vez, a decisão para a vaga para a próxima fase foi nos pênaltis.
Tantas vitórias improváveis começaram a gerar uma responsabilidade impensável para o Paulista naquela Copa do Brasil. O azarão começou a ser visto como favorito pela imprensa. O clube encontrou o Cruzeiro na semifinal, fez um placar confortável no confronto de ida, com uma vitória por 3 a 1 em Jundiaí. Na volta, o Galo quase viu o sonho escapar depois de o Cruzeiro abrir 3 a 0 na primeira etapa. No segundo tempo, porém, o time reagiu e, com dois gols de Cristian, carimbou a vaga para a final.
A decisão foi contra o Fluminense, de Abel Braga, campeão carioca naquele ano. A vitória de 2 a 0 no Jayme Cintra jogou a responsabilidade para o outro lado e, sem o Maracanã, em obras para o Pan de 2007, o Flu sucumbiu em São Januário após um empate sem gols. Márcio Mossoró, em entrevista para oGol anos depois, lembrou aquela conquista do Paulista e evitou chamar o Paulista de zebra.
"Lógico que entramos como uma zebra e fomos campeões como uma zebra, mas para a gente que trabalha e que conquista, sabemos que fomos superiores aos nossos adversários no confronto direto. Se passamos do Inter é porque fomos superiores ao Inter naquele jogo. Na Copa do Brasil fomos superiores a todas equipes que enfrentamos. É algo muito usado no futebol (zebra), mas quando conquista-se um título não é por acaso, mas com muito trabalho", finalizou.
1-1 | ||
Gustavo Gómez 45' | Ademir 20' |