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Futebol Internacional
Um grande time começa por um...

Mudança na meta é o pilar da projeção evolutiva da Fúria com Luis Enrique

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Para muitos, a posição de goleiro foi a que mais evoluiu na história do futebol. Se antes o goleiro tinha de ser bom apenas debaixo das traves, é cada vez mais exigido que os goleiros modernos tenham uma boa capacidade de jogo com o pé. Principalmente se o time jogar em linhas altas, ou optar por ataques posicionais. Manuel Neuer fez escola na Europa, e treinadores como Pep Guardiola e Jorge Sampaoli colocam como prioridade na formação de suas equipes um goleiro com boa capacidade de jogo com o pé. Na Espanha, de Luis Enrique, a revolução também começou por aí. 

Analisando a trajetória da Fúria na Liga das Nações, e fugindo de pautar o prognóstico apenas pela força da goleada recente diante da Alemanha, podemos perceber indicadores de evolução do jogo espanhol a partir da mudança no gol proposta por Luis Enrique.

De Gea é, para muitos, o melhor goleiro espanhol há anos. Com grandes defesas, conquistou seu espaço no Manchester United e na seleção espanhola. Mas Luis Enrique sentia falta de uma saída de bola mais qualificada, e inteligente, a partir do goleiro. 

A Espanha, de Luis Enrique, tem como característica o jogo posicional, buscando ataques apoiados. Ou seja, a bola vai sair do goleiro, no chão, e passar de pé em pé, sempre com aproximações entre os jogadores, até que as trocas de passe consigam superar as linhas defensivas inimigas. 

É um pouco do jogo que o treinador propunha no Barcelona, e que na verdade o Barcelona já propunha há tempos. Neste formato, um goleiro com boa capacidade de jogo com os pés é importante. Guardiola achou este goleiro em Victor Valdés, com seus 183 cm e suas defesas contestáveis. Quando assumiu o Barça, Luis Enrique pediu a contratação de Claudio Bravo, e conseguiu lapidar Ter Stegen (que segue a linha de Neuer na Alemanha). 

A presença de um goleiro com boa qualidade de passe e, principalmente, frieza e tranquilidade para sair jogando no meio dos atacantes, é muito importante nessa forma de jogo. Por isso Sampaoli leva Everson para onde vai... O jogo tem maior fluidez, a bola passeia nas linhas defensivas com facilidade e os melhores espaços são buscados para quebrar as linhas adversárias. Mesmo que sejam os zagueiros, ou volantes, que busquem o passe vertical mais incisivo, entrelinhas, é importante que a bola chegue a eles com qualidade para isso. 

Na Espanha, parecia difícil Luis Enrique achar esse goleiro. De Gea é quase unanimidade debaixo das traves, mas não passa segurança com a bola nos pés. O técnico, então, apostou em Unai Simón, do Athletic, que tem mais desenvoltura no jogo com os pés e apresenta melhores resultados nesse sentido. 

A importância do primeiro passe

A título de comparação: De Gea foi o goleiro titular no primeiro encontro entre Espanha e Alemanha pela Liga das Nações, em setembro, e teve 80% de precisão nos passes. Há uma diferença fundamental também em como são esses passes: para um goleiro com pouca qualidade no trato com a bola, os passes longos são buscados com maior frequência (contrariando o jogo posicional). Nesse jogo contra os alemães, dos 44 passes que deu, De Gea buscou sete passes longos. Isso vai, também, da postura do adversário (se marca alto, se pressiona). Mas é uma tendência repetida por De Gea em outras partidas (foram 17 passes longos conta a Suíça, por exemplo, em outubro). 

Simón, por sua vez, faz o jogo fluir como Luis Enrique quer. O goleiro buscou apenas três passes longos somando os 77 que deu nas partidas em que foi titular (além da Alemanha, o jogo contra a Suíça neste mês). O aproveitamento do jogador do Athlletic também é muito superior: Simón acertou 95% dos passes contra os alemães e 90% contra os suíços. É claro que se um jogador arriscar mais passes longos, a chance de erro é maior do que em passes curtos. Mas a diferença está exatamente aí: Simón é o tipo de passe que Luis Enrique busca. De Gea, não. É o passe curto preciso, ágil, movimentando o time para o ataque posicional ter início com qualidade. 

A influência disso no resultado contra a Alemanha foi grande. Dos seis gols, só um não teve a participação do goleiro no início da jogada (Simón iniciou os ataques posicionais que geraram escanteios em dois gols e participou da construção dos lances de outros três tentos). Só a escolha entre um passe curto qualificado para um zagueiro bem posicionado ao invés de um chute para frente faz toda a diferença para o que propõe Luis Enrique. Vivemos em tempos em que goleiros têm influência em gols, sim. E Luis Enrique sabe bem disso... 

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