O mundo do futebol parece cada vez mais perseguir seus futuros talentos desde o berço. Se no início da década passada o caso de Adnan Januzaj causava grande surpresa sobre o jovem que teria que decidir entre a seleção belga, inglesa ou do Kosovo, além de Albânia e Sérvia, hoje cada vez mais surgem situações similares. A bola da vez é Yunus Musah, meia de 17 anos do Valencia.
Musah ganhou destaque no final de semana ao se tornar o segundo jogador mais jovem da história do Valencia a marcar um gol no Campeonato Espanhol, aos 17 anos, 11 meses e 3 dias, ultrapassando assim uma marca de Fernando Gómez, que perdurava desde 1984. O recorde máximo, no entanto, segue como de Juan Mena, que em 1941 marcou aos 17 anos, 1 mês e 6 dias.
Ainda que o feito notório já seja o suficiente para chamar a atenção para o meia do Valencia, há um fator que faz despertar mais interesse sobre o jogador: seu talento é disputado por quatro seleções. Nascido nos Estados Unidos, Musah tem família de origem ganesa e passou a maior parte de sua infância na Itália, porém começou mesmo a jogar futebol na Inglaterra, onde por anos fez parte da categoria de base do Arsenal.
Musah chegou ao Valencia na temporada passada, para compor a categoria de base do clube, mas rapidamente passou a integrar o elenco principal. Enquanto jogador das categorias inferiores, o meia optou sempre por defender a seleção inglesa, acumulando convocações desde a equipe Sub-15 a Sub-20. Neste momento, com os holofotes ao seu lado, já surgem especulações sobre qual país ele vai optar por defender na seleção principal.
O caminho natural seria mesmo a Inglaterra, que vem se notabilizando nos últimos anos por revelar jovens talentos, como Jude Bellingham, Jadon Sancho e Phil Foden, entre outros exemplos. A seleção dos Estados Unidos não está preparada para perder o talento de Musah, e segundo reporta a imprensa internacional, já existem conversas em curso para que ele defenda o país natal.
Quem encabeça as conversas para contar com Musah nos EUA é Gregg Berhalter, treinador da seleção principal. Ex-jogador, Berhalter foi um zagueiro com história na seleção dos Estados Unidos e defendeu o país em duas Copas do Mundo. Um dos trunfos na manga para o técnico é o argumento de que o país tem atualmente uma de suas gerações mais promissoras, com jogadores como Christian Pulisic, Gio Reyna, Weston McKennie e Sergiño Dest, este último convencido de jogar pelos EUA e não pela seleção holandesa.
Seja qual for o caminho escolhido por Musah, as expectativas sobre seu futuro estão em alta desde já. Pode não significar muito, haja visto que Januzaj não chegou a se tornar o craque que tanto se esperava, apesar de ser um jogador de bom nível para o futebol europeu. É dessas situações que o mundo do futebol parece a caminho de normalizar, cada vez mais...