Neymar é a estrela da companhia, mas o Brasil começa as eliminatórias com um ataque (quase) todo em alta. Um ataque que terá contra Bolívia e Peru uma boa chance para se firmar na cabeça de Tite.
A expectativa é que técnico escale, ao menos na estreia contra a Bolívia, nesta sexta-feira, um quarteto ofensivo formado por Everton Cebolinha, Philippe Coutinho, Neymar e Roberto Firmino, com o último como homem mais avançado no centro do ataque. Tite conta ainda com Richarlison (que ainda se recupera de lesão no tornozelo), Matheus Cunha (substituto de Gabriel Jesus) e o jovem Rodrygo. Um leque grande de opções para o setor.
Grande nome da seleção, Neymar passou por momentos delicados no Paris Saint-Germain nos últimos anos por conta de lesões. Problemas que ficaram no passado. O atacante finalmente conseguiu representar o clube na reta final de uma Liga dos Campeões, no fim da estranha temporada passada no pós-pandemia, e teve destaque até a decisão contra o Bayern de Munique. A sua última partida antes de se apresentar entre os convocados foi a goleada de 6 a 1 sobre o Angers, com dois gols e uma assistência do atacante.
A melhor novidade para Tite, no entanto, não é a fase de Neymar, e sim de outro jogador de quem muito se espera na seleção: Philippe Coutinho. O meia-atacante foi muito criticado em sua primeira passagem pelo Barcelona, acabou por ser emprestado para o Bayern de Munique, onde se tornou em um "reserva de luxo", e retornou à Catalunha em baixa. Mas Coutinho mostrou-se revigorado neste início de temporada sob o comando de Ronald Koeman e com um bônus para Tite: tem atuado em uma linha de três atrás de Messi, função parecida com a que o treinador pretende o escalar na seleção.
Everton Cebolinha é outro a viver boa fase. Destaque do Grêmio, o ponta se mudou para o Benfica e tem se adaptado a uma nova função, menos próximo do gol e participando mais da fase de construção, como também já chegou a fazer no Tricolor Gaúcho. Uma versatilidade bem vinda para o quarteto ofensivo, que precisará de movimentação para transpor barreiras defensivas baixas contra seleções mais modestas.
Ainda há um desafio para Tite, com um trio criativo atrás de Roberto Firmino, e é exatamente a característica de "falso 9" do seu centroavante. Firmino foi um dos destaques do título inglês do Liverpool na temporada passada, mas não é conhecido por ser um goleador prolífico e, em cinco partidas de 2020/21, ainda não balançou as redes. Firmino traz mais movimentação e inteligência para o ataque, mas para funcionar precisará que o trio atrás divida a responsabilidade de marcar gols. Neymar certamente está acostumado a isso, e Cebolinha vinha se aprimorando no quesito, assim como Coutinho. Os gols dos três serão necessários nessa configuração.
A princípio reserva, até por conta da lesão no tornozelo, Richarlison pode ser uma alternativa a Cebolinha com características mais de área. Embora atue pelas pontas, o atacante do Everton já fez o papel de centroavante e tem se destacado pelos gols - foram quatro em seis jogos na atual temporada.
Matheus Cunha, uma das apostas de Tite, tem apenas 21 anos e também tem mostrado uma face goleadora aprimorada, com três gols em quatro jogos pelo Hertha Berlin, um deles contra o Bayern de Munique.
Já Rodrygo, o mais jovem entre as opções, com 19 anos, teve um bom ano de estreia pelo Real Madrid, com 26 jogos disputados e sete gols marcados. Um protagonismo raro para a idade. O atacante tem um trunfo em relação a concorrência: atua melhor pelo lado direito.
5-0 | ||
Marquinhos 16' Roberto Firmino 30' 49' Philippe Coutinho 73' | José María Carrasco 66' (g.c.) |