Invicto e contestado: Palmeiras e a sina do Rei dos Empates

18 jogos sem derrota. Que clube brasileiro não gostaria de comemorar o feito, incluindo ainda jogos pela Libertadores? Bem, a invencibilidade longa não tem feito diminuir a pressão no Palmeiras. Pelo contrário. Neste domingo, com mais um empate caseiro, o Alviverde voltou a sentir o incômodo do título de "Rei dos Empates".

A expectativa para o confronto com o Flamengo tornou o resultado ainda mais frustrante para o torcedor. Em meio a uma onda de contágio de Covid-19, o Rubro-Negro fez de tudo para adiar a partida e acabou por perder as batalhas fora do campo. Foi preciso escalar um time repleto de jovens e reservas (embora ainda com nomes de peso como Thiago Maia, Arrascaeta, Gerson e Pedro) e com desfalque até do técnico. Mesmo neste cenário, o Palmeiras foi incapaz de impôr seu futebol.

O empate contra o rubro-negro foi o terceiro em sequência - antes o clube enfrentou Guaraní (Libertadores) e Grêmio. Foram 10 empates ao todo nos 18 jogos de invencibilidade, que conta com jogos do Paulista, Brasileiro e Libertadores.

No Brasileiro, o Palmeiras disputou cinco jogos em casa - sem torcida, claro - e venceu apenas uma vez. Curiosamente, embora mandante, o Alviverde bateu o Santos por 2 a 1 no Morumbi, e não no Allianz Parque. A ausência dos torcedores pode justificar o desempenho, mas apenas em título de comparação, o líder Atlético Mineiro venceu todas as cinco partidas caseiras e o resultado são cinco pontos de vantagem sobre o time paulista, e isso com três derrotas pelo caminho.

Vanderlei Luxemburgo tem sofrido com a estranha experiência de rebater críticas jogo a jogo, sem conhecer derrotas há pouco mais de dois meses. O treinador acredita que as cobranças são desproporcionais, embora reconheça o rendimento abaixo do esperado. A falta de produção ofensiva, com 15 em 11 jogos no Brasileiro, é o principal problema. Luxemburgo tem apostado muito em jovens e quer encontrar o equilíbrio antes que seja tarde.

"Nós temos uma mescla de jogadores que estavam aqui com jovens chegando, entrando na equipe. Até você conseguir ajustar, o encaixe, leva tempo. Nós temos procurado trabalhar isso. O jovem faz jogo bem hoje, amanhã nem tanto, o mais experiente entra, mas às vezes falta alguma coisa. Temos buscado o equilíbrio na equipe, e temos que encontrar porque vai começar a Copa do Brasil, classificação para a Libertadores, e daqui pra frente as coisas vão ficar cada vez mais difíceis", confessou.