Matheus Cunha terá a chance de estrear pela seleção brasileira principal. Convocado para a vaga deixada por Gabriel Jesus, Cunha vive a melhor fase da carreira no Hertha Berlin, da Alemanha.
Nos 52 jogos que fez pelo RB Leipzig, Matheus Cunha deu duas assistências e marcou oito gols. Desde que se mudou para a capital, igualou o número de assistências e tem um gol a menos. Mas com apenas 14 partidas.
O crescimento em participações de gols do atacante, premiado com um chamado de Tite, tem a ver com uma mudança posicional que o possibilitou mostrar seu melhor futebol.
Nos tempos de Leipzig, Matheus Cunha foi usado mais centralizado no ataque, como um centroavante. Recebia mais bolas para brigar com os zagueiros, de costas para o gol.
Desempenhou, e bem, o mesmo papel nas seleções brasileiras de base. Foi campeão e destaque, com quatro gols em cinco partidas, no Torneio de Toulon. Marcou contra Uruguai e Argentina no Pré-Olímpico também como 9. Mas na Alemanha, atuando contra atletas mais experientes, o brasileiro cresceu mesmo quando se afastou da área e teve mais liberdade em outra função.
No Hertha, Matheus Cunha viu Pjatek e Ibisevic serem opções de referência. Teve, então, de jogar vindo de trás, ou como um 10 (camisa que veste), ou atuando pelas pontas (principalmente na canhota).
De frente para o gol, Matheus Cunha mostrou suas principais características: velocidade e drible, e um chute de média distância com muita precisão. Assim, fez gols marcantes. Contra o Hoffenheim, em maio deste ano, fez um dos gols mais marcantes da carreira, atropelando a defesa na canhota e finalizando já na área.
Desde que assumiu a seleção, Tite buscou atacantes polivalentes. Richarlison pode fazer a função de referência, mas atua principalmente pelo lado do campo. Gabriel Jesus é prioritariamente um centroavante, mas já jogou, tanto no clube quanto na seleção, aberto na ponta.
Roberto Firmino é o falso 9 perfeito no Liverpool, com grande capacidade de criação de jogadas. E Matheus Cunha se junta ao time para ser mais um atacante multifuncional, dando a mobilidade que Tite busca na seleção.