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Eficiência Tricolor

2008: A arrancada do São Paulo para o inédito tri consecutivo

O São Paulo teve no ano de 2008 a sua missão mais difícil pela manutenção da hegemonia no futebol brasileiro. Depois do bicampeonato consecutivo, o time do Morumbi assumiu a liderança do Brasileirão apenas nas rodadas finais. Na base da determinação, com o estilo de jogo moldado pelo técnico Muricy Ramalho, além da liderança e eficiência de Rogério Ceni, o São Paulo chegou à consagração. Assim, o Tricolor Paulista tornou-se o primeiro clube a obter o tricampeonato consecutivo na disputa nacional.

Assim como no ano anterior, o São Paulo sofreu um baque com a eliminação da Libertadores, passando a ter o Brasileirão como a sua prioridade. Naquele ano de 2008, os paulistas foram eliminados em duelo emocionante com o Fluminense decidido com um gol de Washington, o Coração Valente, nos instantes finais.

Com tropeços (três empates e uma derrota) nas quatro primeiras rodadas do Brasileirão, o Tricolor parecia distante da briga pelo título nacional. Mas como em toda a era Muricy Ramalho à frente da equipe, o elenco soube gerenciar os golpes sofridos e seguir em frente. Um dos pilares do time, o meia Jorge Wagner concedeu entrevista para oGol.

"A competitividade entre os jogadores no dia a dia fez com que não perdêssemos o foco. Foi uma transição, assim como havia sido de 2006 para 2007, e houve a chegada de novos jogadores para compor o elenco. Nós sabíamos que precisávamos manter o nível, porque senão, com certeza, ficaríamos de fora do time titular. Nós estávamos sempre melhorando, para manter o São Paulo em cima, no topo. Nós já tínhamos passado uma situação semelhante em 2007. Nós entendemos a importância do Brasileiro e soubemos retomar o foco. Claro que uma eliminação de Libertadores mexe muito, vem a crítica da imprensa, do torcedor...É difícil assimilar, mas o grupo era experiente, aconteceu rápido e conseguiu recuperar o foco", relembrou o Jorge Wagner.

O meia, usado como um ala, se manteve importante na equipe de Muricy. Jorge Wagner relembra como jogava aquele São Paulo no Brasileirão de 2008. 

"O Muricy conhecia as minhas características e sempre me deu liberdade. Era um esquema basicamente formado não só para mim, como para os laterais. A minha função defensiva era acompanhar o lateral direito adversário. No ataque, eu tinha total liberdade, muitas vezes para surpreender, jogando por dentro. Eu tinha facilidade porque passei muito tempo jogando no meio. Era uma de nossas armas e confundia a marcação", analisou. 

Sem se entregar

Enquanto digeria a eliminação na Libertadores, o São Paulo teve início titubeante na disputa por pontos corridos. Sem vencer nos quatro primeiros jogos, o Tricolor conseguiu se recuperar gradativamente.

A seguir, foram três vitórias seguidas, com destaque para a goleada diante do Atlético Mineiro, por 5 a 1, e triunfo diante do Flamengo por 4 a 2. Foram cinco jogos de invencibilidade no período.

Mas, no entanto, o São Paulo ainda oscilava muito. A equipe alternava boas vitórias seguidas de tropeços que não deixavam o clube subir na tabela de classificação.

Ao fim do primeiro turno, o Tricolor era o quarto colocado, a oito pontos do líder Grêmio. Os dois duelariam na abertura do segundo turno.

O ponto de virada

Curiosamente, não foi um grande triunfo diante do Grêmio o estopim para o São Paulo deslanchar na edição de 2008 do Campeonato Brasileiro. O revés por 1 a 0, no Olímpico, seria fundamental para a arrancada.

Com 11 pontos de desvantagem, o atual bicampeão não poderia mais errar. Depois de um triunfo sobre o Athletico Paranaense e uma nova leva de empates, os comandados de Muricy Ramalho começaram a encorpar.

No seu estilo pragmático, o São Paulo foi nocauteando rivais importantes. Novamente o Flamengo foi vítima de uma vitória convincente do time do Morumbi. E na 27ª rodada, o triunfo sobre o Cruzeiro, um dos postulantes ao título, pareceu a maré perfeita para a redenção. André Dias e Jancarlos garantiram a vitória nos instantes finais. 

©Rubens Chiri / saopaulofc.net

Algumas rodadas adiante, o São Paulo aplicaria o bote nos rivais. Sem nunca liderar até então, o Tricolor despachou o Internacional por 3 a 0, no Morumbi, com gols de Borges, Hugo e Dagoberto. Com o empate do Grêmio diante do Figueirense, o time paulista assumia a liderança pela primeira vez com 33 rodadas disputadas.

A maré são-paulina virou de tal forma que qualquer tropeço desapareceu do caminho. Em seu melhor momento, na hora mais importante, o São Paulo chegou à seis vitórias consecutivas. Além do Inter, Vitória, Botafogo, Portuguesa, Figueirense e Vasco ficaram pelo caminho. Faltava pouco para o inédito tricampeonato brasileiro.

Com ou sem emoção?

Ao contrário dos anos anteriores, o São Paulo de 2008 preferia a emoção. Pela penúltima rodada, a festa do título estava armada no estádio do Morumbi. Com um triunfo diante do Fluminense, o Tricolor Paulista ficaria com o título.

Mas, novamente, o Tricolor Carioca foi o responsável por estragar a comemoração dos paulistas. Depois de sair atrás no placar, com um gol de Tartá pelo Fluminense, o São Paulo buscou o empate com Borges. Mas a reação parou por aí. Tudo seria decidido na rodada final em duelo contra o Goiás

©Rubens Chiri / saopaulofc.net

Por uma punição, o Esmeraldino mandou o jogo final no estádio Bezerrão, em Brasília. E fiel ao seu estilo, o São Paulo chegou ao gol logo aos 23 minutos de partida. Rogério Ceni bateu falta e, na sobra, o atacante Borges mandou para o fundo das redes.

Na etapa final, desabou a chuva em Brasília, tornando o jogo mais truncado e de briga pela bola. O líder até teve chances de ampliar, mas esbarrou no goleiro Harlei. Não importava. Ao apito final, explodiu a alegria do primeiro tricampeão consecutivo do Brasileirão. O São Paulo era soberano no Brasil.

"Esse pensamento de manter a sequência sempre existia e era dito durante os dias e jogos, que a gente podia fazer história, ganhando três títulos seguidos. Foi muito mais difícil porque quando um clube começa a ganhar títulos, ter uma visibilidade grande no país, ele se torna o time a ser batido. Todos os adversários queriam vencer o São Paulo, independente da situação e do campeonato. Por estarmos em evidência, todos os outros treinadores e jogadores estavam estudando e aí, ficamos visados. Nós tínhamos que nos reinventar, criar alguma situação de gol, uma jogada de bola parada. Se parássemos, seríamos anulados pelos rivais. Sempre conversávamos para trazer coisas novas", revelou Jorge Wagner.

Feio é não ganhar

Aquele São Paulo tinha a "cara" de Muricy Ramalho. O treinador conhecido pelos seus bordões, em especial o  "Aqui é Trabalho", transpirava junto com o time.

Para alguns, o "Muricibol" refletia a falta de qualidade a nível doméstico no Brasil. Mas, ao invés do espetáculo, aquele São Paulo se notabilizou pelos troféus. O meia Jorge Wagner, líder em assistências do time no Brasileirão, reforçou a importância do elenco em mais uma conquista nacional.

"Era um futebol eficiente. Outras equipes como o Grêmio e Cruzeiro, deram trabalho. O nosso time sabia o que queria dentro de campo. Muitas vezes faltava técnica, mas íamos na raça, na vontade. Tínhamos uma referência que era o Rogério Ceni, que sempre foi dentro do clube, e não tínhamos um craque. Não apostávamos em um jogador para decidir, era a força do elenco e não só os 11 titulares, mas 25, 30 jogadores, que estavam dispostos a vencer. Era uma relação muito saudável no dia a dia", finalizou Jorge Wagner.

Números da edição: 

Média de gols: 2,72 gols/jogo

Melhor ataque: Flamengo - 67 gols

Melhor defesa: Grêmio - 35 gols sofridos

Artilheiro: Washington (Fluminense), Keirrison (Coritiba) e Kléber Pereira (Santos) - 21 gols

Jogador com mais partidas: Victor (Grêmio), Wilson (Figueirense), Harlei (Goiás) e Fábio (Cruzeiro) - 38 jogos

Brasil
Jorge Wagner
NomeJorge Wagner Goes Conceição
Data de Nascimento/Idade1978-11-17(45 anos)
Nacionalidade
Brasil
Brasil
PosiçãoMeia (Meia Esquerda) / Defensor (Lateral Esquerdo)

Fotografias(2)

Jorge Wagner, Kalinski

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