Os Estados Unidos são o país com o maior número de casos e o maior número de mortes por coronavírus no mundo. Ainda assim, aos poucos, a vida tenta retomar um "novo normal" por lá. E com o futebol não é diferente.
A equipe de oGol procurou saber como está sendo o retorno do futebol no país, e não apenas na Major League Soccer, torneio da elite do futebol estadunidense. Trouxemos dois brasileiros para contar essa história.
Na MLS, Judson defende o San Jose Earthquakes. Presente nos quatro jogos desde a retomada da liga, com partidas em um complexo da Disney, em Orlando, o volante, ex-Avaí, comentou sobre o retorno.
"Foi um sentimento de muita felicidade, muita alegria e gratidão a Deus de poder voltar depois de um longo tempo parado, em um momento tão difícil que o mundo está passando devido a pandemia. Mas foi importante esse retorno", garantiu.
Judson lembrou que sua equipe preferiu viajar para Orlando antes do planejado para poder ter a preparação necessária para retornar às atividades em condições competitivas similares as dos adversários, já que a situação da pandemia varia de acordo com cada Estado.
"Minha rotina tem sido tranquila, a gente chegou (na Flórida) há um mês, fomos a primeira equipe a chegar por conta das questões de segurança em San Jose. Lá, a gente só podia treinar em grupos de no máximo seis jogadores. Aqui em Orlando, já estava liberado para trabalhos coletivos, que são importantes para a preparação", revelou.
Um campeonato mais curto, em um único lugar, com o cerco fechado. Judson garante que os jogadores se sentem seguros para disputar normalmente a MLS.
"A gente se sente muito seguro porque a MLS tem dado toda a assistência. A gente faz exames a cada 48h e também um dia antes e um dia após o jogo. Todas as medidas estão sendo tomadas para que os jogadores não se infectem", comentou.
O brasileiro também comentou sobre o fato de a competição ser disputada sem torcida. O volante assegura que os jogadores conseguiram manter a concentração.
"Eu acredito que todos os jogadores conseguem estar concentrados. Os jogos que a gente jogou e o que assistimos na TV, vemos as equipes concentradas. Talvez o ritmo de jogo tenha influenciado mais. É estranho jogar sem torcida, sem aquela atmosfera, mas acho que isso não é algo que deixa as equipes desconcentradas em campo".
O meia brasileiro Victor Pagliari, que já jogou a MLS no Vancuver Whitecaps mas que agora defende o San Antonio FC na USL Championship, endossa o discurso de Judson e garante que os jogadores se sentem seguros nessa retomada, mesmo fora da elite. O brasileiro relata os procedimentos seguidos em sua divisão.
"Eles (liga e clubes) estão tomando o máximo de cuidado possível. Viajamos em dois ou três ônibus para não ficar muita gente junto, a cada duas horas o ônibus tem que parar e ficar pelo menos dez ou 15 minutos com a porta aberta. E por exemplo: se um jogador testou positivo, ele não vai poder jogar e os outros jogadores que estavam no ônibus também não. Até que eles façam um segundo teste e dê negativo, eles não podem ter contato com os outros jogadores", revelou.
O San Antonio FC chegou a ter um jogo remarcado por conta de um caso positivo no elenco, mas a liga seguiu normalmente. Ao contrário da MLS, como explica Pagliari, os jogos são realizados em cidades diferentes, mas relativamente próximas.
"O nosso campeonato eles dividiram grupos com quatro ou cinco times times próximos para poder viajar só de ônibus. E aí vão ser 16 jogos no total e os dois primeiros de cada grupo fazem o playoff", explicou.