O Botafogo não vai entrar em campo dia 22 de junho para enfrentar a Cabofriense. O recado foi dado por Carlos Augusto Montenegro, dirigente do Alvinegro. O Fluminense também aguarda pela remarcação de seu jogo e os atletas do clube manifestaram revolta com a decisão de retorno. O Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (SAFERJ) também engrossou o coro das críticas à datas estipuladas pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
A declaração mais forte veio por parte de Montenegro, que garantiu que o estádio Nilton Santos estará fechado na segunda-feira, na data do jogo, e que se o duelo não for remarcado, o time perderá de WO.
"O estádio vai estar fechado. Não vai ter jogo lá. Não precisa a palhaçada de mandar juiz esperar 30 minutos. Eu mando um ofício do Botafogo para a federação dizendo que a gente perdeu e eles são os grandes vencedores", explicou à Sportv.
"Queremos terminar no campo, mas nos respeitem como respeitamos vocês (clubes) quando estavam treinando. Pedimos para jogar depois de 10 dias de treino. Falei - Vou jogar dia 1º e dia 4 se vocês quiserem, sob protesto, mas em homenagem a vocês, aos clubes, terminar sem ajuizar nada, no campo. Não aceitaram. Vou treinar só sábado, e o jogo está marcado para segunda. Você quer que, depois de 100 dias de paralisação, eu treine apenas um dia e jogue? Eles falaram que era problema meu. Então não vamos jogar", discursou, chegando a sugerir que Bota e Flu joguem o Paulista no próximo ano.
O dirigente tem apoio da grande estrela do elenco. Keisuke Honda, contratado esse ano, postou nas redes sociais os números de infectados e mortos do dia anterior à decisão da Ferj com uma mensagem: "Estou louco em querer saber uma razão lógica para recomeçarmos o campeonato?".
Jogadores do Fluminense se manifestam
O Fluminense já avisou oficialmente que vai recorrer à justiça se os seus confrontos de junho não forem remarcados. No entanto, o clube ainda espera por uma volta atrás da Ferj para evitar mais conflitos fora de campo. Já os atletas do clube emitiram nota avisando que, se forem obrigados a jogar, o farão sob protesto.
O Sindicato dos Atletas deu razão aos jogadores e, embora defenda o retorno do campeonato, pediu para que as datas sejam adiadas para julho para que haja tempo para a preparação.
Confira abaixo a nota dos jogadores do Fluminense
"Nós, atletas do Fluminense Football Club, manifestamos o nosso desacordo sobre a decisão oficial de retorno do Campeonato Carioca.
Ainda vivemos em um cenário de muitas mortes diárias, tanto na cidade do Rio de Janeiro, quanto em outras regiões do país. Sendo assim, evidentemente, não nos sentimos confortáveis em colocar ainda mais vidas em risco. Nossa luta, desde o início dessa situação, é para que o futebol retorne em um momento oportuno. Como atletas de alto rendimento, precisamos também de tempo adequado para a preparação, já que o retorno aos gramados de maneira precipitada pode acarretar lesões em todos nós. Nunca na história do futebol mundial houve uma paralisação de tanto tempo.
Deste modo, não existem explicações plausíveis para o retorno imediato do Campeonato Estadual. Nenhum outro Campeonato tem seu retorno previsto para o mês de junho, somente o do Rio de Janeiro, o que por si só demonstra um contrassenso, já que em cidades com taxas muito menores sequer voltaram a treinar. Por fim, reiteramos o nosso profissionalismo e respeito ao clube, que tem sido incansável na luta de preservar nossa saúde e de nossos funcionários, mas deixamos claro que jogaremos sob protesto caso o Fluminense seja obrigado a jogar antes do tempo no momento de maior dificuldade da humanidade nos últimos 100 anos."
6-2 | ||
Pedro Raul 4' 54' Cícero 39' Bruno Nazário 75' Luis Henrique 80' Caio Alexandre 90' | Emerson Carioca 50' Diego Sales 61' (pen.) |