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    Bola ainda rola no país, que ignora riscos

    Bielorrússia: entre o risco e os 15 minutos de fama

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    O mundo vive uma batalha diferente, contra um inimigo invisível. A maior arma contra ele, até o momento, é ficar em casa. E os apaixonados por futebol vêm seguindo as recomendações (assim esperamos) sem esconder a saudade pela bola rolando. Mas não é todo o mundo que está parado... 

    Enquanto absolutamente toda a Europa está paralisada por conta do novo Coronavírus, a Bielorrússia mantém a rotina normal. Com 2,578 casos da doença e 26 mortes, o país não adotou nenhuma medida de isolamento, na contramão de praticamente todo o mundo (a única medida efetiva foi um adiamento no retorno das aulas). 

    O número de casos é baixo no país, mesmo quando comparado com uma população que beira dez milhões de pessoas, mas vem crescendo nos últimos dias.

    A postura do Governo se mantém a mesma, entretanto: o presidente, Aleksandr Lukashenko, há duas décadas e meia no poder, já deu declarações do tipo: "não estou vendo nenhum vírus aqui, não há perigo"; ou "vamos combater isso com muita vodka". A Covid-19 não é levada muito a sério pelas autoridades locais. 

    Mas as decisões das autoridades vão um pouco na contramão com o que é visto nas ruas, cada vez com menos gente (segundo relatos de locais), e refletida nos estádios. A bola ainda rola, mas os estádios estão vazios. 

    O futebol e sua bolha  

    A democracia não parece ser o maior forte do sistema político no país. Todos os 110 deputados são favoráveis ao atual governante. Os dois únicos candidatos pela oposição foram impedidos de concorrer na última eleição, em 2019, por críticas "infundadas" ao governo. 

    O principal jornal do país, Zviazda, é controlado pelo Governo. Sim, a reportagem de oGol percorreu os sites dos jornais locais (um salve ao tradutor!), mas são poucas as notícias sobre a Covid-19 e zero críticas as ações do presidente. 

    No futebol, é difícil os jogadores tomarem uma posição. A reportagem entrou em contato com três brasileiros que atuam no futebol bielorrusso. Nenhum deles quis gravar entrevista. Muitos dos clubes da liga proíbem os atletas de concederem entrevistas para a imprensa. 

    Um dos poucos a falar localmente foi Elis Bakaj, atacante do Dinamo Brest. O jogador concedeu entrevista para a BBC britânica há uns dias e não escondeu o medo de seguir jogando. 

    "Messi e Ronaldo estão invejando agora os jogadores na Bielorrússia, porque só aqui se pode jogar futebol (risos). Mas não é fácil jogar nesse momento, mas o que podemos fazer? Quando termino o treinamento, eu fico em casa, porqué é perigoso sair na rua", garantiu. 

    Os 30 minutos de fama 

    Sem bola rolando em todas as outras ligas da Europa, e na maior parte dos campeonatos mundo afora, a Bielorrússia entrou nos holofotes de quem ama o futebol. 

    Você, que é acostumado a ver em nossa agenda de jogos um enorme número de partidas, recentemente vê praticamente só jogos da Vysshaya Liga 2020, que é o campeonato nacional bielorrusso (inclusive você pode ver ao vivo todos os jogos do campeonato nas páginas das respectivas partidas).

    Caso opte por prestar mais a atenção nas rodadas do "Bielorrussão" em oGol, você não será o único. Em Adelaide, na Austrália, foi criado até um fã-clube para o Slutsk, terceiro colocado na liga, com direito a página no Facebook destinada a arrecadar fundos para a equipe. Segundo os organizadores, milhares de dólares já foram angariados para ajudar o clube. O fã-clube reuniu mais de quatro mil membros em três semanas. 

    Os australianos não são os únicos atentos ao futebol bielorrusso. Pela primeira vez na história, a liga da Bielorrússia teve os direitos de transmissão negociados para o exterior. Atualmente, o campeonato pode ser acompanhado ao vivo em Reino Unido, Ucrânia, Rússia, Sérvia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Eslovênia, Croácia, Macedônia do Norte, Israel, Lituânia, Bulgária, Turquia e até a Índia. 

    Se o sucesso é grande na telinha, dentro dos estádios as arquibancadas estão cada vez mais vazias. Quem vai aos jogos tem de ter a temperatura medida antes de entrar.

    O público dos estádios foi revertido em audiência para outras plataformas: a primeira rodada foi vista por quase 40 mil pessoas no site da federação local. O impacto foi grande também no mundo das apostas: houve um aumento de 187% em apostas na liga local em março com relação ao mesmo período em 2019. De forma saudável ou não, a Bielorrússia vive seus 30 minutos de fama. Os efeitos e o preço a se pagar, só o tempo irá mostrar... 

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