O técnico português Jesualdo Ferreira foi apresentado nesta quarta-feira como novo comandante do Peixe. Na sala de coletiva, surgiram vários tópicos envolvendo o passado, o futuro e o presente do Santos. O português começou por citar o maior time da história santista.
"Com todas as dificuldades que podia sentir, jamais recusaria treinar o clube do Pelé, um clube mítico. A primeira referência do futebol brasileiro. Eu tinha 16 anos e vi o Santos contra o Benfica ser campeão do mundo", começou por dizer o treinador.
Mais um português a chegar no futebol brasileiro, depois de Jorge Jesus, do Flamengo, e Augusto Inácio, no Avaí, Jesualdo falou sobre o papel dos técnicos estrangeiros no futebol brasileiro. O português ressaltou que o Brasil tem "muitos treinadores de qualidade", disse que a transformação no perfil de técnicos por aqui tem a ver com "a globalização do futebol" e ressaltou que o sucesso de Jesus, ou mesmo de Sampaoli, não pesaram em sua decisão de comandar o Peixe.
"Não me influenciou em nada a minha vinda. Vamos falar de outro campeonato que tem a mesma densidade do Brasileiro: o inglês. Quantos ingleses estão no topo do Campeonato Inglês? Eu estive nos três grandes de Portugal. Havia técnicos estrangeiros nas grandes equipes. Naquela época, não sabíamos nada em Portugal. Eles vieram e ouvimos", destacou.
Especificamente sobre Sampaoli, Jesualdo foi só elogios ao argentino. O novo treinador santista diz ter recebido um bom legado de Sampaoli, que fez, em 2019, um trabalho "notável" na Vila Belmiro, que culminou no vice-campeonato brasileiro.
"O que o Sampaoli fez no ano passado foi algo notável. Não estava na previsão de ninguém. Vou tirar o chapéu para os jogadores. Mas todos vocês sabem que a história de todo clube não pode parar. Para continuar a história é preciso recriar a história. O Santos ganhou tudo até hoje. Todas as competições", analisou.
Apesar de elogiar o passado e reconhecer os feitos do Santos, Jesualdo se viu mais motivado em projetar o futuro. O treinador garantiu ter como grande motivação utilizar o trabalho da base santista, famoso em todo o mundo.
"A escola do Santos é famosa no mundo todo. É uma marca que precisa se valorizar. Pouca gente vai conseguir ser superior. Falamos de um mercado muito agressivo e muito competitivo. Eu tive a oportunidade de perceber, mas ainda não está completo, que essa é a atividade que o Santos desenvolve há muitos anos. É nessa que tem de estar. Quando se treina, quando se trabalha e quando se procura e se tem o produto, tem de valorizar de forma que seja rentável no investimento que faz. Essa é minha ideia", destacou.
Citando Neymar e Robinho como exemplos de sucesso da base santista, Jesualdo garantiu que o time manterá o DNA ofensivo. "O Santos é uma equipe que jogava ofensivamente, uma atitude perfeitamente clara. Uma equipe com jogadores rápidos na frente e mais ou menos a mesma envergadura. Um meio de campo muito mais experiente. E cuidava pouco de sua defesa. Foi uma equipe que me agradou", disse, apesar de ressaltar que se preocupará com o equilíbrio defensivo.
O técnico não se preocupa com os problemas financeiros do clube. "O Santos ano passado não tinha problemas financeiros? Os jogadores não eram esses?", questionou, projetando superar o trabalho feito por Sampaoli.
"Essa equipe que ficou em segundo lugar no campeonato me coloca um problema muito grande: fazer melhor. Isso é muito difícil. Foi um convite agradável, fiquei muito feliz, mas vi que era uma enorme responsabilidade. Ganhar vai ser o nosso lema, o nosso objetivo", disse Jesualdo, que quer uma mentalidade "positiva" no clube.
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