A Conmebol reafirmou que a decisão da Libertadores será, mesmo, no Chile, apesar de o país viver dias de muita tensão e protestos violentos. A entidade teve que tomar decisão parecida quando manteve no Equador a disputa da Libertadores Feminina.
A zagueira Érika, titular ao longo da campanha e autora de um dos gols na semifinal contra o América de Cali, falou um pouco da trajetória do time no Equador. Algumas partidas chegaram a ser adiadas e o torneio também correu risco, mas seguiu, apesar da grande revolta popular contra o Governo no país.
"Durante este período no Equador, pudemos reforçar algumas teses que fazem todo sentido dentro do futebol. Uma dela é a união. Este grupo se fechou ainda mais e suportamos juntas todas as adversidades. Como consequência, conquistamos a América com a força do nosso grupo e comissão", comentou Érika para oGol.
A jogadora lembrou de momentos complicados, sem poder sair do hotel, e disse que chegou a temer pela própria segurança. Mas, no final, as brasileiras voltaram para casa com o troféu e sem nenhuma experiência mais traumática.
"Foi complicado, pois comprometeu um pouco do nosso planejamento voltado para a preparação. Como por exemplo, nossos treinamentos. Mas como eu disse anteriormente, a união prevaleceu e superou todas as adversidades", ressaltou Érika.
"Temíamos pela nossa segurança e também pelo povo equatoriano em geral, mas sabíamos que eles estavam protestando pelos direitos deles. Nosso hotel estava completamente fechado, ninguém entrava e nem saia", completou.
A jogadora, que faz parte também da seleção brasileira, comentou ainda a decisão da Conmebol de manter a final da Libertadores masculina no Chile, entre Flamengo x River Plate. Érika defendeu a decisão de manter o torneio no Equador e acredita que no Chile, um plano B pode ser mais prudente.
"Em nosso caso, foi a melhor decisão (seguir no Equador) pelo fato de ter apaziguado logo em seguida. Então, acredito que valeu esperar. Já no Chile, eles têm a experiência que tivemos para tomar como base. O ideal é já pensar e desenvolver um plano B. Na incerteza, é mais prudente fazer em um local que dê mais segurança a todos os envolvidos no espetáculo".
O título e um ano quase perfeito
Depois de momentos de tensão, o Corinthians acabou campeão. Érika comentou a conquista, que veio depois de vitória sobre a Ferroviária, apesar de manter o foco na decisão do Paulista, contra o São Paulo, a ser jogada nos próximos dias.
"Foi muito importante (o título no Equador), mas ainda não é a cereja do bolo. Temos 180 minutos importantes diante da fortíssima equipe do São Paulo e esperamos coroar nossa temporada com esse título paulista", analisou a zagueira.
Érika, que atua também como volante, não vê o Corinthians como um time soberano no cenário do futebol feminino nacional. Ainda assim, destaca a boa temporada, que teve até agora apenas uma derrota em 45 partidas oficiais.
"Não vejo o Corinthians como soberano, vejo como um clube que se planejou muito bem e executou muito bem seu planejamento. Enfrentamos equipes difíceis, exemplo disso é a Ferroviária, que nos venceu na final do Brasileiro e fez uma partida duríssima na final da Libertadores. Mas, vejo sim, o Corinthians preparado para manter um nível elevado em 2020".