O atacante Guilherme de Souza, conhecido como Guilherme Choco, foi mais um menino da Vila. Subiu junto com a geração de Neymar, André e companhia. Mas foi bem longe da Vila Belmiro que fincou raízes (longe até da sua Mogi das Cruzes).
Hoje com 29 anos, o jogador está de volta para a Bulgária, país onde ficou mais tempo como profissional, depois de passagens vitoriosas por outras "ligas alternativas" pela Europa. Tudo isso depois do começo na Vila, como o atleta lembrou em conversa com a reportagem de oGol.
"Depois da Copa São Paulo subimos para o profissional. Eu Neymar, André e Alan Patrick. Na época, tinha muitos jogadores de nome como Fábio Costa, Fabão, Kléber Pereira, Rodrigo Souto, Domingos, Léo e etc. Logo quando subi, eu era muito magro e me 'zoaram' bastante (risos). O Fabão até me ajudava na academia me dando dicas de treino", brincou o jogador.
Choco agradece a ajuda dos mais experientes do elenco santista. "Ajudaram muito os que estavam subindo dando dicas e ajudando em todos os sentidos". Mas a passagem na Vila Belmiro não durou muito e, sem jogar pelo profissional, Choco se mudou para a Bulgária pela primeira vez na carreira.
O jogador chegou no Ludogorets quando o clube disputava ainda a segunda divisão búlgara. O atacante lembra a mudança de país e o início do projeto que tornou o Ludogorets a principal força do futebol da Bulgária.
"Estava no Santos e a gente foi jogar um campeonato na Espanha. Chegamos na final, contra a seleção da Venezuela, e fui um dos principais jogadores. No campeonato, estavam presentes o treinador e um olheiro do Ludogorets. Logo quando eu voltei para o Brasil, eles entraram em contato com meu empresário e deu certo de eu ir para lá", começou a contar.
"Era um Sheik que tinha assumido e queria armar um time para subir para ser o campeão búlgaro por muitos anos. Era um time que tinha uma estrutura boa, mas não excelente. A diretoria tinha uma mentalidade à frente das outras, e isso ajudou bastante. Estranhei no começo por causa do frio, a língua, o fuso horário, mas, graças a Deus, consegui me adaptar. Logo quando cheguei, a gente foi campeão e subiu. Na última temporada, eles foram campeões pela oitava vez seguida. Eu participei de quatro. É um projeto muito bom. É o Shakhtar daqui, com muito brasileiros. Chegou a ter 11 (jogadores brasileiros)", completou.
A passagem pelo Ludogorets fez Guilherme se apaixonar pela Bulgária, país que acabou sendo sua principal casa na Europa. O jogador ressalta passagens vitoriosas em Chipre e Lituânia, com os títulos nacionais nos países. Mas foi na Bulgária que Choco foi mais feliz.
"Sou suspeito para falar da Bulgária. Eu, minha esposa e meus filhos gostamos muito daqui. Meus filhos vão para a escola, falam búlgaro... A gente não tem pensamento de voltar para o Brasil como trabalho. Tenho a ideia de ficar aqui, fazer nossa vida, abrir um negócio e ficar na Bulgária. É um país muito bom, a gente gosta da língua... Só o frio que não muito, aqui neva bastante. Mas a gente acostumou. Gostamos pela educação das crianças, que é o principal. A medicina também é muito boa e é um país onde as coisas são muito baratas", contou.
O brasileiro lembra que no início sofreu um pouco pelas diferenças culturais. "Aqui, quando você balança a cabeça dizendo que sim, significa que não, e vice-versa. Quando cheguei, vinham falar comigo e eu balançava a cabeça que não queria e continuavam oferecendo", brincou.
Retorno ao Brasil (não por muito tempo)
Recentemente, Guilherme voltou ao Brasil para defender o Ituano. O jogador conquistou o acesso na Série D com o clube e destaca a organização do Galo, "um clube muito organizado pelo Juninho Paulista". Mas quando a Bulgária chamou novamente... Guilherme acertou com o Lokomotiv Sofia em novo projeto de busca pela elite.
"É um time de segunda divisão, com projeto bom para subir e espero poder ajudar. A gente vem com vitórias em sequência e espero poder subir. Se Deus quiser, vai dar tudo certo e vou ter mais um acesso", projetou.
O Lokomotiv Sofia está em terceiro na segunda divisão búlgara e vem de três vitórias seguidas no torneio. O Menino da Vila luta por mais um acesso no país onde fincou raízes.