Série A? No Japão, brasileiros dominam briga pela artilharia e superam medalhões

A distância de mais de 17 mil quilômetros do Brasil ao Japão parece não ser o suficiente para impedir os atacantes brasileiros de se sentirem em casa no país asiático. Lá, a disputa pela artilharia tem nacionalidade certa. E se você pensou em nomes como Leandro Damião, Jô e Jael, está muito enganado.

Nem mesmo estrelas da Europa, como David Villa, Podolski e Fernando Torres superam um trio brasileiro no Japão. Hoje, os artilheiros da J-League são Marcos Júnior, ex-Fluminense, e Diego Oliveira, que teve como último clube no Brasil a Ponte Preta, com 13 gols cada. Os jogadores defendem, respectivamente, o Yokohama Marinos, terceiro colocado do campeonato, e o FC Tokyo, atual líder. O terceiro lugar dessa disputa também vem do Brasil: Edigar Junio, companheiro de Marcos Junior no Yokohama, tem 11 gols.

A festa brasileira tem como intruso o veterano David Villa, que assim como o ex-atacante do Bahia tem 11 gols. O atacante espanhol, de 37 anos, está na primeira temporada no futebol japonês, pelo Vissel Kobe, depois de defender por quatro anos o New York City, dos Estados Unidos.

O Campeonato Japonês encontra-se atualmente na 26ª rodada e não seria exagero dizer que a segunda língua por lá é o português. Somente nesta edição, são 152 gols feitos por 35 diferentes jogadores brasileiros. Na disputa pela artilharia, com a J-League a oito rodadas do fim, ainda pode-se incluir nessa corrida nomes como os de Douglas, Serginho e Anderson Lopes.

Dos três jogadores, talvez o mais conhecido dos brasileiros seja o meia Serginho, revelado pelo Santos, e que defendeu clubes como Vitória e América Mineiro antes de rumar ao Kashima Anthlers, onde anotou 10 gols nesta temporada do campeonato nacional. 

Douglas, por sua vez, pouco jogou no Brasil. O atacante deixou o Figueirense em 2010 para jogar pelo Tokushima Vortis e teve seu grande ano no país em 2015, quando pelo Sanfrecce Hiroshima marcou 22 gols na J-League. Naquele ano, ele terminou em segundo lugar na artilharia e foi campeão nacional. Em 2019, pelo Shimizu S-Pulse, ele tem 10 gols no campeonato, ou seja, está a três de alcançar Marcos Junior e Diego Oliveira.

Já Anderson Lopes chegou ao Japão em 2016. Revelado pelo Internacional, o jogador do Consadole Sapporo tem nove gols em 17 jogos, com uma média de 0,53 por partida, a segunda maior entre os brasileiros, perdendo apenas para Edigar Junio, que tem média de 0,69.

Mais fama, menos gols

Ao associar a briga pela artilharia no Japão, provavelmente os principais nomes que vem à cabeça são os de Leandro Damião, Jô e Jael, mais conhecidos entre o público geral. No entanto, pelo menos nesta temporada do Japonesão, o sucesso não tem se repetido.

Damião, que trocou o Internacional pelo Kawasaki Frontale de 2018 para 2019, tem sete gols na J-League, enquanto Jô, artilheiro da última temporada pelo Nagoya Grampus com 23 gols, conta com seis neste ano. 

O caso mais impactante talvez seja o de Jael. O jogador trocou o Grêmio pelo FC Tokyo em fevereiro e tem apenas um gol em 13 jogos do campeonato. O atacante sequer é titular do clube, perdendo a vaga justamente para Diego Oliveira, que divide a artilharia do campeonato com Marcos Júnior. Apesar de ser reserva, Jael entra com frequência no segundo tempo das partidas do FC Tokyo. 

Outras nacionalidades

Se juntos os brasileiros somam 152 gols no Campeonato Japonês, estrangeiros de outras nacionalidades que disputam a J-League não chegam perto desse número. Atletas de 10 países, além de Brasil e Japão, marcaram no campeonato. Ao todo, eles têm 61 tentos anotados.

Depois dos brasileiros, entre os estrangeiros que mais marcam gols no Japão estão os espanhóis, 23 vezes. Além de Villa, pelo país fizeram gols Andrés Iniesta, Isaac Cuenca e Fernando Torres. O alemão Lukas Podolski, por exemplo, marcou apenas duas vezes, assim como Torres, que se aposentou no meio da competição quando já perdia espaço no Sagan Tosu. Os outros países com jogadores que marcaram gols na J-League são: Austrália, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Inglaterra, Luxemburgo, Moçambique, Suécia e Tailândia.