Com 20 anos, Drenthe vivia o ápice de sua juventude. Campeão europeu S21 com a Holanda e eleito o melhor jogador do torneio, era visto como uma das grandes promessas do futebol mundial. Foi disputado por Manchester United e Barcelona, mas acabou no Real Madrid. Hoje, 12 anos depois do início avassalador, e menos de dez depois de sair dos Merengues, joga a terceira divisão holandesa no modesto Kozakken Boys.
Nos tempos de Santiago Bernabéu, Drenthe chegou a colocar Marcelo no banco de reservas. Mas nessa época sua má fama fora dos gramados começou a aparecer, seu espaço no time foi diminuindo e a carreira regrediu por completo.
"Eu era um menino que foi para um grande clube, jogando perante a 90 mil pessoas todos os jogos em casa. Houve um momento em que tive problemas, mas as pessoas ao redor conversaram comigo e me ajudaram a ir na direção certa", disse, em entrevista recente para a BBC.
Drenthe sofreu de ansiedade, mas garantiu que sempre esteve focado no futebol. "Pensam que não estava, mas eu estava. Algumas pessoas leem coisas e acabam tendo uma opinião diferente, mas não me conhecem pessoalmente".
Drenthe deixou o Real Madrid para jogar emprestado no Hércules e no Everton. No Goodison Park, acabou afastado por David Moyes. Se mudou para a Rússia, voltou para o futebol inglês, jogando por Reading e Sheffield, atuou em Turquia e Emirados Árabes, até que, com menos de 30 anos, resolveu se aposentar para fazer música.
"Sempre gostei de música. Quando estou feliz, escuto música, e quando estou triste escuto música também. Sempre me faz sentir bem", garantiu o lateral, que lançou um rap e tem o codinome musical de Royal2Faces.
Na temporada passada, Drenthe resolveu voltar a jogar junto com seu primo, Giliano Wijnaldum, pelo Sparta Rotterdam, na segunda divisão holandesa. Agora, defende o modesto Kozakken Boys na terceira divisão.
"Não em arrependo de nada porque estou feliz sobre onde estou e feliz sobre onde estive. Vivo minha vida momento a momento", finalizou.