A expectativa era grande para o maior clássico do estado de Minas Gerais. No primeiro jogo, o Cruzeiro fez sua parte e venceu, por 3 a 0, no Mineirão. A missão do Galo era difícil, mas o time, conhecido por reverter quadros improváveis, seguiu a máxima do "Eu acredito" e foi em busca da virada. Porém, quando a bola rolou, o jogo foi nervoso. O Galo abriu o placar e parecia se aproximar de um grande feito. O frenesi aumentou nos acréscimos com gol de Patric, mas parou por aí: 2 a 0. Vitória atleticana, mas classificação cruzeirense.
Com o resultado, o Cruzeiro avança para as semifinais da Copa do Brasil e agora aguarda o adversário, que sairá do duelo entre Internacional e Palmeiras, que se enfrentam logo mais em Porto Alegre.
Como era de se esperar, o Atlético Mineiro partiu para a pressão já no apito inicial. Com uma formação bem ofensiva, os comandados de Rodrigo Santana partiram para o abafa, mas encontraram um Cruzeiro compacto na defesa.
Mesmo com o maior volume e controle das ações sendo atleticano, a primeira grande chance do clássico foi do time celeste. Aos 17, Marquinhos Gabriel deu toque entre as pernas de Patric, passou por Igor Rabello e rolou para Robinho, que, livre, mas desequilibrado, finalizou sem direção.
Pouco depois, o camisa 19 cruzeirense, por duas vezes, voltou a arriscar. Na primeira, em cobrança de falta, a bola desviou em Patric e Victor, com muito reflexo, fez ótima defesa. Depois, a jogada foi de Pedro Rocha, que deixou Fábio Santos no chão e rolou para Robinho, que finalizou fraco.
Mesmo com as chegadas do Cruzeiro, o Galo era melhor no jogo. Com a bola, os alvinegros chegavam ao ataque em grande número e dificultavam o trabalho da defesa adversária. Aos 25, Elias recebeu no alto, de costas, e girou de primeira sobre a marcação. O chute saiu cruzado, e Fábio fez excelente intervenção para salvar a Raposa
No embalo de seu torcedor que lotou o Horto, o Atlético aumentou ainda mais seu ritmo e chegou ao primeiro gol. Patric iniciou jogada pela direita e cruzou na cabeça de Fábio Santos. O lateral escorou para trás, e Cazares, firme, estufou as redes da Arena Independência: 1 a 0.
Não parou por aí. Não fosse um milagre do arqueiro cruzeirense, a vantagem construída no primeiro jogo seria ainda menor no intervalo. Agora pela esquerda, Otero cruzou e Alerrandro, aproveitando vacilo da defesa azul, bateu à queima roupa, obrigando Fábio a operar um verdadeiro milagre.
Assim como na primeira etapa, o Galo seguiu em busca do milagre e manteve o panorama da partida. Aos seis, Cazares iniciou jogada pela esquerda e tocou no meio. Otero recebeu e finalizou rasteiro. A bola passou muito perto do gol defendido por Fábio.
O relógio começou a correr, o Atlético intensificou as ações, mas passou a oferecer o contra-ataque. Num desses contragolpes, surgiu a grande confusão da partida. Aos 18, em rápida saída, o Cruzeiro fugiu para o ataque e a bola chegou até Pedro Rocha, que bateu de esquerda e contou com falha de Victor para marcar. Na comemoração, o atacante cruzeirense provou o rival e a confusão foi instaurada no gramado. Alerrandro e David, que acabara de entrar, se estranharam e foram expulsos.
Toda confusão, porém, de nada valeu. Após análise do árbitro de vídeo, a arbitragem apontou uma falta de Marquinho Gabriel em cima de Fábio Santos e anulou o gol celeste, dando início a nova confusão na Arena Independência.
Mesmo com todo nervosismo, o time atleticano, da metade até o fim da etapa complementar, foi só ataque. No entanto, a tentativa de abafa dos donos da casa esbarrou num sistema defensivo sólido da Raposa, que se defendeu como pôde para administrar a vantagem.
O último suspiro alvinegro veio nos acréscimos. Patric aproveitou sobra na entrada da área e acertou um chutaço, de raríssima felicidade, para fazer 2 a 0. Um gol do Galo e o clássico iria para as penalidades. Mas não deu. Fim de papo e classificação cruzeirense no Horto.
2-0 | ||
Juan Cazares 35' Patric 90' |