Após terminar a primeira fase invicto, o Uruguai, do experiente técnico Oscar Tabárez, ainda possui alguns dilemas para resolver em seu time titular. Na última segunda feira, o time celeste fechou a primeira fase com grande vitória sobre o Chile e uma novidade chamou a atenção: a presença de Arrascaeta no time titular.
O meia, jogador do Flamengo, parece não ter encontrado a forma ideal de jogar pelo selecionado de seu país. Contra os chilenos, Giorgian iniciou a partida com liberdade de flutuação no campo ofensivo. E foi bem.
Até ser substituído por Jonathan Rodríguez, Arrascaeta era o atleta de linha do Uruguai com mais tempo de posse de bola. Além disso, o meia participou das principais jogadas de ataque do time até os 30 minutos da etapa final. Os números do Footstats mostram que a Celeste havia chutado seis vezes contra a meta chilena, sendo duas assistências para as finalizações e dois chutes do camisa 10.
Porém, na segunda etapa, após a entrada de Nandez, até então titular da equipe, Arrascaeta foi deslocado para a ponta esquerda, o que praticamente o tirou do jogo. Com pouco poder de marcação, o meia não conseguiu ajudar no trabalho de pressão alta no campo adversário, e não conseguiu ser uma ferramenta de transição. Após o jogo, o meia falou sobre a mudança de posicionamento na partida.
"Nos adaptamos ao que o treinador pede e tentamos fazer da melhor forma. Sim, já havia jogado no Defensa (pela ponta). Como digo, o importante é fazer da melhor forma o que nos pedem", concluiu.
Oscar Tabárez, em coletiva, também falou sobre o posicionamento do atleta. O treinador uruguaio reconheceu que deu ao jogador uma missão difícil.
"De Arrascaeta ficou com o papel mais difícil, porque não é um jogador de lado, mas é um jogador de muita técnica. Mas ofereceu o dele, teve uma chance que, infelizmente, não aproveitou, mas fez a sua parte. Pode ser uma carência em nosso país, não ter muitos jogadores que atuem pelas pontas", revelou.
Contudo, assim como aconteceu com Abel Braga no Flamengo, Arrascaeta segue sendo objeto de estudo também na seleção uruguaia a respeito de seu posicionamento em campo. O lado esquerdo parece ser o favorito do atleta, mas lhe falta a intensidade que pede o setor. Pelo meio e com liberdade para flutuar e se aproximar dos atacantes foi uma fórmula que fez sucesso no Cruzeiro, mas a concorrência não era tão cruel como é na Celeste.
Ao fim desta análise, uma questionamento fica: vale a pena abrir mão do compromisso tático para dar lugar a mais liberdade para qualidade e inteligência? Pois assim parece o jogo ideal de Arrascaeta, com bola nos pés e articulação. Sem ela, pouca ação e intensidade.