Depois de vencer a Bolívia e não sair de um empate com a Venezuela, o Brasil encerra a fase de grupos da Copa América no sábado, às 16h, contra o Peru, em Itaquera. O jogo não deve ser fácil, vide as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros no início do torneio, e também os pontos positivos do adversário.
Para destrinchar um pouco o próximo rival da seleção brasileira, a reportagem de oGol ouviu um analista peruano, José Gregorio Lara, que é jornalista do diário Trome.
Na conversa com a reportagem, José dissecou a forma como os peruanos jogam. O Peru gosta de apresentar um jogo de qualidade, como fez contra a Bolívia, valorizando a posse de bola.
"Desde que Gareca chegou, ele foi um apaixonado do futebol peruano de bom jogo, do bom toque. Ele insistiu nisso, tratou de que o estilo de Peru é tratar bem a bola. Nem sempre saiu bem, mas é o que tentou fazer", explicou José.
Para o jornalista, os peruanos, mesmo enfrentando um rival mais forte na teoria, não devem mudar a forma de atuar, mantendo a fiolosofia de Gareca.
"Se o Peru jogar de forma diferente, acredito que não vai sair bem. Se tem alguma chance contra o Brasil, tem que tratar de respeitar o que sempre pregou, o que sempre tratou de jogar: tratar bem a bola. Claro que o Brasil é uma equipe que todos nós conhecemos, que está acima do nível do Peru, mas... Isso é futebol...".
José reconhece as dificuldades que os peruanos deverão enfrentar: da diferença técnica entre os jogadores até a renovação no time de Gareca.
"O nível dos jogadores do Brasil está acima. Em nível, hierarquia, transcendência. O Peru não tem grandes individualidades. O pouquinho que tem, dentro das limitações que tem, Gareca conseguiu aproveitar essas possibilidades para formar uma equipe. Paolo Guerrero já tem 35 anos, Farfán também... O Peru está tratando de armar uma nova equipe. Tem uma nova defesa, com zagueiros 'novos'", destacou.
Como ponto forte, José não deixou de citar Paolo Guerrero, maior goleador do país e também das Copas América. O atacante do Internacional deve formar dupla de frente com outro veterano: Farfán. Os dois brilharam contra a Bolívia.
"Paolo Guerrero é um jogador que ganhou um nome pelos gols que fez. E Farfán também. Mas, além disso, esperamos que Peru esteja bem, que não seja o Peru que saiu contra a Venezuela (empate sem gols). Contra a Bolívia, fez algo diferente. Esperamos que, contra o Brasil, possa conseguir esse nível e possa conseguir uma grande partida, como foi com Gareca diante de seleções, entre aspas, superiores. O Brasil chega favorito, é o time da casa, da torcida, mas o Peru pode conseguir ter o bom nível que mostrou antes da Copa (que classificou a equipe para o torneio)".
Nas intermediações do Maracanã antes e depois do início do jogo contra a Bolívia, na terça-feira, a reportagem ouviu as opiniões de alguns torcedores peruanos.
Os mais confiantes apostaram em nomes como Cueva, Guerrero e Farfán, apesar de saber da dificuldade de se jogar contra um rival de tradição.
"Paolo Guerrero representa para o Peru todo o amor que um jogador pode sentir por uma camisa de seleção. É nosso capitão, o jogador que representa todos os peruanos", disse um esperançoso Luís, depois de ver Guerrero balançar as redes contra os bolivianos.