Sucesso e vexame na América ressalta desnível do futebol paraguaio

Na noite de quarta-feira, os últimos dois times paraguaios na Copa Sul-Americana deram adeus para a competição. Ou seja, a competição chegará nas oitavas de final sem nenhum representante do futebol paraguaio. O fato só ressalta o que é o desnível do futebol no país nas últimas temporadas. 

A contrastar com as eliminações na Sul-Americana está o sucesso dos principais times do país na Libertadores. Cerro Porteño, Olímpia e Libertad: o Paraguai só perde em representantes vivos na Libertadores para Argentina e Brasil. E os três clubes do país superaram argentinos e brasileiros na primeira fase para terminar na liderança de suas respectivas chaves. 

Na Sul-Americana, porém, Guaraní e Independiente caíram ainda na primeira fase e, ontem, Deportivo Santaní e Sol de América foram eliminados de forma vexatória. O Sol de América acabou goleado pelo Botafogo, por 4 a 0, enquanto o Santaní perdeu por 4 a 1 no agregado para o 16º colocado no Apertura colombiano, La Equidad. 

O desempenho dos clubes paraguaios internacionalmente só reflete o que vem sendo o desnível do futebol local nos últimos anos. Na última década, o Nacional foi o único clube a conseguir evitar o predomínio dos três grandes no Apertura, enquanto o Guaraní o fez no Clausura. 

No último Apertura, os três grandes ficaram com as três primeiras colocações. O Guaraní foi o quarto colocado e, mesmo em um campeonato com apenas 22 jogos, ficou a 17 pontos do campeão, Olímpia. No Clausura de 2018, novamente com predomínio dos grandes, o Sol de América foi quem mais se aproximou do Olímpia, novamente campeão, ficando a 16 pontos de distância. 

Se olharmos a história do futebol paraguaio, seguimos vendo o predomínio dos grandes, principalmente de Cerro e Olímpia, que somaram 29 e 38, respectivamente, títulos da antiga Liga Paraguaia (disputada até começar o formado de Apertura e Clausura, em 2008). 

Internacionalmente, só o Olímpia conseguiu títulos (foi campeão da Libertadores três vezes). Só que os outros clubes (fora os grandes) costumam surpreender de vez em quando. Não precisamos ir muito longe para ver grandes campanhas.

Como o Guaraní, semifinalista da Libertadores de 2015 que eliminou Corinthians e Racing. Ou o Sportivo Luqueño, semifinalista da Sul-Americana que eliminou o Athletico Paranaense no mesmo ano. Ou o Nacional, vice-campeão da Libertadores de 2014. Os paraguaios já dependeram menos dos grandes para brilhar na América...