Vinícius Oliveira e o pedacinho do Brasil que o acolheu no Irã

O meia brasileiro Vinícius Oliveira, aos 33 anos, deixou para trás uma carreira vitoriosa no APOEL, do Chipre, para se aventurar no Irã. E, de uma certa forma, o Sanat Naft, seu time iraniano, o aproximou do Brasil, por mais estranho que isso possa aparecer. 

Vinícius foi cinco vezes campeão do Campeonato Cipriota, ganhou duas Copas, uma Supercopa, disputou Liga dos Campeões, Liga Europa, enfim... Escreveu uma história de sucesso por lá. Até que apareceu o convite de jogar no Irã. Desafio aceito. 

"Tive cinco anos vitoriosos no Chipre. Foi uma experiência boa, porque sair de Portugal e ir para um país onde não tinha conhecimento... Mas as coisas correram bem, fui cinco vezes campeão cipriota, tive duas Copas do Chipre, uma Supercopa, duas entradas na Liga dos Campeões, três na Liga Europa. Depois, acabou meu ciclo no APOEL e surgiu o interesse da equipe do Sanat Naft, do Irã. As coisas correram super bem", começou a contar, em conversa com a reportagem de oGol. 

©Sanat Naft

Jogar no Irã... Bem, o Irã tem, como Vinícius viu nos primeiros dias no país, uma cultura bem diferente com relação as que o atleta vivenciou nas experiências anteriores. Ainda assim, o brasileiro não demorou muito para se adaptar no novo país. 

"O Irã é um país com cultura totalmente diferente. É um país islâmico, bem fechado. Mas não senti dificuldade porque os jogadores e o clube me acolheram super bem. São muito queridos, boas pessoas, recebem bem os estrangeiros. A adaptação com a alimentação foi difícil no início, porque não estava adaptado com a comida daqui. Mas depois melhorou. No futebol, não tive problema de adaptação, foi uma adaptação rápida", garantiu. 

Mesmo estando bem longe do Brasil, em uma cultura diferente, Vinícius se sente em casa, e não só pela hospitalidade dos iranianos. O Sanat Naft carrega um uniforme quase idêntico ao da seleção brasileira, e bandeiras do Brasil são presença constante nos jogos. 

©Sanat Naft

"Aqui é um pedacinho do Brasil. Eles adoram o Brasil, a seleção. Eles falam que aqui é Abadan (nome da cidade) Brasil. É um povo que gosta muito, muito, do Brasil. É interessante que quando nós temos os jogos, nos deparamos com muitas bandeiras do Brasil no estádio. Aqui no Naft sou eu e mais um brasileiro (Jonathan Balotelli). E eles adoram a gente, querem tirar foto sempre...", revela. 

A festa nas arquibancadas tem suas especificidades, porém. "Eles fazem muita festa, começam a dançar, nos apoiam bastante. Fazem as danças deles aqui, como se fosse um samba iraniano (risos)", brincou Vinícius. 

O brasileiro, agora, define seu futuro, após o fim da temporada iraniana. "Já conversei com o clube, eles querem renovar. Mas agora vou voltar para Portugal, porque vivo em Portugal, e vou decidir se vou voltar para cá ou se procurar outra equipe para continuar a carreira". 

De qualquer forma, Vinícius já sabe que não precisa ir muito longe se quiser se sentir no Brasil...