Sebastián Beccacece tem 38 anos e é um jovem técnico argentino que alcançou grandes coisas na carreira muito cedo. Antes de chegar aos 40 anos, já trabalhou em duas Copas do Mundo e foi eleito o melhor treinador do país. Isso após um ótimo trabalho em um "azarão". Mas já foi também o "pior treinador" e tem fama de bad boy.
O treinador viveu, durante muitos anos, às sombras de Jorge Sampaoli. Trabalhou com o hoje técnico do Santos na Universidad de Chile e na seleção chilena, sendo auxiliar na Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil.
Em 2016, Beccacece procurou fazer carreira solo na própria Universidad, mas conseguiu apenas cinco vitórias em 25 partidas. Foi considerado um dos piores técnicos do clube nos últimos anos, marcado por decisões polêmicas que geravam a irritação de torcedores e jogadores.
O técnico argentino deixou figuras carimbadas de fora de jogos decisivos e muitas das vezes optava por alterações ainda antes de 30 minutos de jogo. Mudou muito o time e foi pouco consistente em um trabalho que acabou com saída difícil.
Voltou, em seguida, a encontrar Sampaoli. Foi auxiliar na seleção argentina, que acabou eliminada pela França na Rússia. O clima entre Beccacece e Sampaoli não era dos melhores, e os dois eram alvos de notícias que relatavam discussões quentes. Ambos deixaram a seleção, e Beccacece voltou a trabalhar sozinho.
Aí, veio a consagração. No comando do Defensa y Justicia, clube que já havia dirigido em 2016/17, fez o impossível. Levou o jovem time a disputa do título do Campeonato Argentino até as últimas rodadas com o Racing, que acabou campeão.
Ao final da temporada argentina, Beccacece foi eleito o melhor técnico do país. No momento, o técnico negocia a renovação com o Defensa y Justicia, mas as informações na Argentina indicam que o acordo é cada vez mais improvável, ou seja, o técnico está livre para receber propostas.
Para uns, um bad boy, com personalidade difícil. Para outros, um gênio que tem muito a acrescentar ao futebol. Inclusive ao futebol brasileiro, que vê Sampaoli inovar no Santos e busca novos exemplos positivos. Atlético Mineiro e Vasco já demonstraram interesse no treinador recentemente e, agora, com a queda de Abel Braga, o Flamengo tem no argentino uma das opções em cima da mesa. Vale a pena?