O Grêmio fez um grande esforço para repatriar Diego Tardelli, depois de quatro anos do jogador na China. Tardelli está longe de ser um desconhecido no futebol nacional, com títulos importantes por Atlético Mineiro e São Paulo, mas acabou se afastando do grande público brasileiro em seu tempo de Shandong Luneng. Por isso, a equipe oGol convidou Leonardo Hartung, jornalista e dono do Blog Fut in Ásia, para matar a curiosidade do torcedor gremista sobre como foi o tempo do novo reforço no futebol chinês.
Confira abaixo a análise de Hartung, especialista em futebol asiático, sobre os anos de Tardelli na China.
Diego Tardelli chegou ao Shandong Luneng no início de 2015, último ano da Era Cuca no clube. Tanto com o seu ex-técnico de Atlético Mineiro quanto com Mano Menezes, seu sucessor no comando do Shandong Luneng, Tardelli jogou mais vezes aberto pelos lados (em especial pela esquerda).
O alemão Felix Magath chegou ao clube em meados de 2016 e as contratações dos atacantes Graziano Pellè e Papiss Cissé fizeram com que o Shandong Luneng deixasse Diego Tardelli na equipe reserva na segunda metade da temporada.
Desde que retornou ao time principal do Shandong Luneng, em janeiro de 2017, sob o comando do alemão Felix Magath, Diego Tardelli passou a jogar como um segundo atacante, atrás de Graziano Pellè ou de Papiss Cissé. O atacante brasileiro sempre tinha liberdade para flutuar pelo campo de ataque e se aproveitava vindo de trás e recebendo os pivôs de quem ficava na referência (quesito em que o italiano se sobressaía em comparação ao senegalês). Neste ano foram 15 gols e quatro assistências em 18 jogos de Super Liga da China (16 gols em 19 jogos na temporada).O chinês Li Xiaopeng (auxiliar de Magath no clube) assumiu o comando do Shandong Luneng em 2018 e, sem grandes alterações, fez do time ainda mais letal no setor ofensivo. Tardelli fez 17 gols e sete assistências em 24 jogos na Super Liga da China (20 gols em 29 jogos na temporada). Além da eficiência ao pisar na área e sempre se aproveitando dos pivôs de Graziano Pellè (ambos assumiram a titularidade em 2018), Diego Tardelli também participou mais da criação de jogadas, várias vezes descendo até os meias do Shandong durante a fase ofensiva.
Em resumo, Diego Tardelli tem uma forte pisada na área e é muito preciso nas finalizações (média de 2,5 finalizações por jogo e um gol a cada três chutes nos últimos dois anos de Super Liga). Pode ser muito potencializado atuando atrás de um centroavante que faça bem o pivô e saiba jogar de costas. Também é de se destacar a capacidade de Tardelli ao jogar em velocidade e em situações de um contra um. Nos últimos dois anos de China o atacante não atuou aberto pelos lados, como fez em seus dois primeiros anos.