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    Zagueiro já esteve perto do Inter

    Walter Ibañez: o uruguaio fã do Palmeiras que quer jogar no Brasil aos 34 anos

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    As influências do futebol brasileiro em Rivera, cidade uruguaia que fica na fronteira com o Rio Grande do Sul, estão por todas as partes. Do futebol que passa na TV às camisas dos clubes gaúchos nas ruas. Da admiração pela seleção brasileira ao desejo dos uruguaios em jogar no Brasil. Walter Ibañez, zagueiro de 34 anos, alimenta esse sonho até hoje. 

    Em conversa com a reportagem de oGol, o defensor recordou alguns encontros com equipes brasileiras e confessou: quer jogar no país em 2019. O jogador passou por equipes do Uruguai, Chile, Peru e Venezuela. Os clubes brasileiros ficavam na TV. Ou nos encontros que teve mais tarde com alguns deles. 

    "Eu sou da fronteira, sou da Rivera. Minha esposa é brasileira. Aqui na fronteira, você vê Globo, Bandeirantes... Todos os canais brasileiros você vê. E a gente segue muito Campeonato Brasileiro, Gauchão... Aqui tem muito torcedor do Grêmio, Internacional, Peñarol... Meu filho também é brasileiro e moro mesmo do lado brasileiro. Meus vizinhos são brasileiros... É um país que gosto muito, por isso decidi fazer minha casa aqui", garante. 

    Ibañez lembra de acompanhar, quando pequeno, o Campeonato Paulista pela TV. O Palmeiras, da época da Parmalat, chamou a atenção do menino, e fez crescer a admiração pelo futebol brasileiro. 

    "Eu, quando era pequeno... Você sempre torce por aquele time que faz melhores coisas. O time que me marcou e que eu gostava muito era o Palmeiras. Era o Palmeiras que tinha Edmundo, Muller, Rivaldo... Esse pessoal aí. Gostava de ver aqueles clássicos paulistas que jogava contra o Corinthians de Marcelinho Carioca, de Vampeta... Aqui no Uruguai, sempre fui torcedor do Peñarol. Mas tinha o Palmeiras, que era patrocinado pela Parmalat e jogava contra o Peñarol. Roberto Carlos, depois apareceu Djalminha... Eu gostava muito do Palmeiras. Era lindo de ver". 

    Da TV para o campo, mas do outro lado

    Ibañez sempre seguiu do outro lado do muro. Até quando jogador, seguiu admirando o futebol brasileiro e chegou a jogar no Brasil duas vezes, mas como adversário. Na Libertadores de 2010, enfrentou o Internacional que acabou campeão. O uruguaio lembra com carinho do jogo em Rivera. 

    "Na primeira partida, a gente jogou na minha cidade, a Rivera. Um empresário do Rio Grande do Sul trouxe o jogo para a cidade. Nesse time do Cerro, estava eu, que era daqui, e o Rodrigo Mora, hoje joga no River Plate. Éramos os dois da cidade. Lembro que o estádio daqui, o Atilio Paiva Olivera, que tinham feito para a Copa América, a única vez que tinham enchido tinha sido com a seleção uruguaia e eu acho que em um Brasil x Argentina. Quando veio o Inter, o estádio ficou repleto, estava tudo em vermelho. Foi impressionante, a gente acabou empatando em 0 a 0. A gente, depois, foi ao Beira-Rio e acabou perdendo por 2 a 0", lembrou. 

    ©Divulgação/Cienciano

    O zagueiro recorda que o Colorado tinha um "timaço". " Naquele momento, estava o Gonzalo Sorondo, que é meu amigo. Abbondanzieri, Guiñazu, D´Alessandro, Sandro. Estava Walter, que hoje joga na segunda divisão do Brasil. Andrezinho... Tinha um timaço. Foi uma linda experiência ter jogado no Beira-Rio".

    Dois anos depois, Ibañez voltou ao Brasil, mas para enfrentar o Vasco. Foi em São Januário que o uruguaio marcou seu único gol contra uma equipe brasileira. Na época, o Alianza Lima acabou derrotado, mas, mesmo assim, o defensor guarda com carinho o encontro. 

    "A gente não foi tão preparado para jogar, mas fizemos um bonito jogo contra o Vasco. Eu fui educado vendo futebol brasileiro. Na minha infância, futebol uruguaio não chegava no interior. A gente via era futebol brasileiro. Eu fui educado vendo Campeonato Brasileiro. Então, jogar contra o Vasco e ver na minha frente Juninho Pernambucano, Felipe, que tinha jogado em times grandes do Brasil... Foi surpreendente, porque eu os via jogar. Esse time do Vasco tinha ainda Dedé, zagueiro... Estava Alecsandro, que eu tinha enfrentado no Inter. A gente bateu um papo, foi um reencontro. Troquei camisa com Diego Souza, que via jogar no Palmeiras e me parecia um 'jogadoraço'. Depois, ter a oportunidade de marcar um gol em São Januário contra o Vasco... Foi muito lindo também". 

    Dedé, o exemplo brasileiro

    O encontro com o Vasco deixou Ibañez surpreso com o futebol do zagueiro Dedé. O uruguaio não escondeu a admiração para com o brasileiro, que hoje é, segundo Ibañez, o melhor zagueiro do futebol brasileiro. 

    ©Divulgação/Cienciano

    "Eu acompanhei a final da Copa do Brasil. Sempre que vejo o Dedé, sempre lembro dele. Ele esteve machucado, teve sequência de lesões, mas, para mim, no futebol brasileiro, Dedé é o melhor zagueiro. Tem o Kannemann, que é um grande zagueiro, por mais que seja estrangeiro, mas Dedé está em um nível acima. Enfrentei ele duas vezes e, para mim, Dedé é um grande zagueiro. Quando o vi na seleção, lembrava que tinha jogado contra. Já se via um grande potencial. Ele se recuperou, voltou ao melhor nível e é, para mim, é o melhor zagueiro do futebol brasileiro", analisa. 

    "Esse Vasco tinha grandes jogadores, Juninho era o ídolo da torcida. Mas eu lembro que Dedé nos faz um gol e São Januário, lotado, estava cantando o nome dele. Ele tinha 20 e poucos anos e já era ídolo da torcida do Vasco. Fiquei impressionado com ele, não só pelo forte que ele era, mas ele jogava bem. Zagueiro brasileiro é muito alto e, às vezes, carece com a bola nos pés. Mas Dedé é diferente, rápido nas coberturas, vai bem por cima", completa. 

    Chance em 2019? 

    Não faltaram chances para Ibañez vir jogar no Brasil. Inclusive no próprio Inter, seu adversário em 2010. Mas o zagueiro conta que o desejo, que nunca se realizou, ainda segue forte.

    "É um desejo, sim. Acho que tudo tem seus momentos. Em 2014, estive para chegar no Inter. Gonzalo Sorondo foi quem me indicou, mas a gente acabou não chegando a um acerto e eles preferiram o Réver. Em 2016, a gente teve também alguns contatos com alguns times, mas eu estava no Alianza Lima, era capitão e eles não estavam dispostos a me liberar. Depois, tive oportunidade em 2017, na Chapecoense, mas acaba sempre batendo na trave e a bola nunca entra... Quem sabe agora...". 

    Quem sabe... Aos 34 anos, o jogador, que na última temporada defendeu o Cienciano, garante que a idade não é qualquer empecilho. Por outro lado, cita os números positivos da última temporada. Foram 30 jogos e seis gols na Segunda Divisão do Peruano, e mais três nos playoffs do acesso.

    "Eu acho que o tema da idade sempre colocam como empecilho. Mas a gente tem que ver por estatísticas. Eu sou um cara de 34 anos, mas, se você ver meu último ano, joguei todas as partidas, menos duas, por cartão. Para um zagueiro, acabar o campeonato com seis gols, é importante. Não ter lesões, jogar sempre... Isso que eu valorizo. Eu sei que, se for ao futebol brasileiro, que eu possa agregar experiência aos mais jovens. O Brasil é uma potência mundial, cada dia aparece um craque diferente". 

    Por enquanto, Ibañez ainda não recebeu nenhuma proposta oficial de uma equipe brasileira. Livre no mercado, porém, se mostra aberto a possibilidade. 

    "Acabei contrato no Cienciano. Para mim e minha família, chega um momento que estamos cansados de tanta estrada. É um momento de parar um pouco. Quero, hoje, jogar no Brasil ou, se não der, ficar no meu país, o Uruguai". 

    Uruguai
    Walter Ibáñez
    NomeWalter Fernando Ibáñez Costa
    Data de Nascimento/Idade1984-12-10(39 anos)
    Nacionalidade
    Uruguai
    Uruguai
    PosiçãoDefensor

    Fotografias(3)

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