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    Ex-atacante conta bastidores da carreira para oGol

    Silas recorda início no Morumbi, idolatria na Argentina e 50% de títulos na seleção

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    Em 1985, o mundo conheceu Paulo Silas. Formado na base do São Paulo e protagonista nos Menudos do Morumbi, o atacante teve um início de carreira meteórico, conseguindo, em um ano, estar em uma Copa do Mundo com a seleção principal. 

    Em entrevista exclusiva para a reportagem de oGol, Silas lembrou dos inícios dos Menudos, com Müller e Sidney, que tiveram apoio de nomes experientes para conseguirem vingar. 

    "O começo gera muita insegurança. Eu cheguei no São Paulo tinha 16 anos, menino ainda. Logo em seguida, estar convivendo com Careca, Oscar, Dario Pereira, da seleção uruguaia, o próprio Gilmar. Ainda tinham os jogadores que surgiram com a gente: Müller, Bernardo, Sidney, Nelsinho, Zé Teodoro... Foi um começo com jogadores experientes, mas com muita qualidade técnica e humana, e jogadores jovens da mesma forma. Foi o casamento perfeito, tanto que, dos seis primeiros campeonatos que disputamos, ganhamos cinco. Isso foi um trampolim gigantesco para o que veio depois", contou.  

    Veio muita coisa depois. No Morumbi, os já citados títulos com o elenco que o ex-jogador qualifica como "o melhor" de que fez parte em toda a carreira. "A gente se conhecia por música". 

    Silas foi campeão também do Mundial pela seleção brasileira sub-20, sendo eleito o melhor jogador daquela competição. No ano seguinte, 1986, disputou a primeira Copa do Mundo com a seleção principal, de Telê, atuando no jogo decisivo que terminou em eliminação pela França, de Platini.

    Ao todo, Silas disputou duas Copas do Mundo e duas Copas América com o Brasil, somando 34 jogos e marcando apenas um gol, contra a Venezuela. O ex-atacante faz balanço positivo da trajetória pelo Brasil, conquistando metade dos títulos que disputou se contarmos os jogos na sub-20. 

    "Estatisticamente, em cada um milhão de habitantes do planeta, um tem a possibilidade de jogar pela seleção do país. Se tratando de seleção brasileira, é mais difícil ainda: a gente é o país do futebol. E eu pude participar de três Copas América e três Copas do Mundo. Uma Copa América sub-20, a gente foi campeão; um Mundial sub-20, a gente foi campeão. Duas Copas América profissional, a gente foi campeão de uma; e duas Copas como profissional, e não ganhamos nenhuma. Então de seis torneios com a seleção brasileira, fomos campeões em 50%. Isso é muito para a carreira de um atleta. Sou feliz por isso e colho fruto dessas conquistas até o dia de hoje".

    Carreira na Europa

    Após o sucesso no São Paulo e já com certa frequência na seleção, Silas foi se aventurar no futebol europeu. A porta de entrada foi Portugal, onde defendeu por duas temporadas o Sporting, conseguindo 52 jogos e 14 gols. 

    "Fiz um dos gols mais bonitos na história do clube em Amsterdã (contra o Ajax). Nós ganhamos de 2 a 1. Eles têm um carinho muito grande por mim e eu também tenho". 

    Silas ressalta que, apesar de não ter sido campeão em Lisboa, o time "encantava o torcedor". Já no futebol italiano, o ex-atacante viveu seu auge na Europa. Com a Sampdoria, foi campeão da Supercopa da Itália e vice da Liga dos Campeões. 

    "Naquela época, o time tinha Mancini, Vialli, Pagliuca, Toninho Cerezo, Katanec, Attilio Lombardo, eu estava lá também... Era um time realmente muito forte e, por isso, chegou", recorda. 

    Mais títulos no Brasil

    O São Paulo não foi o único time brasileiro pelo qual Silas foi campeão. Na década de 1990, o ex-atacante teve passagem vitoriosa por Inter e Vasco. No Beira-Rio, ganhou o Gaúcho e a Copa do Brasil. No Rio, foi campeão carioca. 

    "Foram dois títulos (no Sul): um bicampeonato gaúcho e a Copa do Brasil. O Inter, até então, não tinha sido campeão da Copa do Brasil. E o Inter foi uma escolha estratégica: eu estava voltando de um problema de púbis e junto com o Figer (Juan), meu empresário na época, preferimos escolher um time que já sabia que ia estar em uma final, que era o Gaúchão. A gente acabou sendo campeão, tive tempo de me recuperar e a gente ainda foi campeão da Copa do Brasil, o que foi muito legal", destaca, antes de falar da passagem por São Januário. 

    "Fiquei pouco tempo no Vasco. Fui com o Bernardo, e fui muito bem tratado lá, apesar de ainda ter o problema no púbis. Foi muito difícil para mim ter um rendimento à altura. Mas fomos bem tratados pelo Eurico Miranda e pelos companheiros que a gente fez lá. Carlos Germano, nosso goleiro...". 

    Idolatria na Argentina

    Silas deixou seu nome marcado também na Argentina. O então atacante, já com carreira vitoriosa, desembarcou em Buenos Aires para defender um San Lorenzo que há muito não vencia. E Silas fez o Ciclón voltar a ser campeão, se tornando ídolo no país. 

    "O último brasileiro que teve sucesso lá fazia 60 anos... Como tem outros mercados, a Argentina não chama a atenção. Mas a gente entendeu que era para ir. Fomos campeões da Argentina após 21 anos", começa a contar.

    Pupilo do técnico Héctor Bambino Vieira, que foi citado pelo brasileiro como importante para a adaptação no país, Silas lembra que não demorou muito para cair nas graças da torcida. 

    "Estreei contra o Boca e nós ganhamos de 1 a 0 e eu fiz o gol. Depois fiz gol em três jogos e, quando fomos jogar com o River no Monumental, fiz o gol mais bonito da minha carreira. Aquele gol do Maradona contra os ingleses pelo lado direito do campo, eu fiz pelo lado esquerdo. Tipo aquele gol que o Neymar fez contra o Flamengo. Foi naquele formato, driblando todo mundo e quase entrando com bola e tudo. Não tem cartão de chegada melhor do que esse. Entrei no coração do torcedor do San Lorenzo. Ficamos em segundo no primeiro campeonato que disputamos e ganhamos no segundo ano. A gente abriu as portas para tudo o que o San Lorenzo é hoje. Tinha 25 mil sócios e hoje tem mais de 80 mil. Por conta desse nosso pioneirismo", recorda. 

    Silas guarda com muito carinho tudo o que viveu no San Lorenzo. "Foi um feito único e histórico, difícil de repetir. É meio o que o Guga fez no tênis". O brasileiro ainda mantém relação com os argentinos. 

    "Jogo ainda para o master do San Lorenzo até hoje. Sou, junto com Romagnoli e o Pipo Gorosito, um dos melhores números 10 do San Lorenzo de todos os tempos. Dia 15 de dezembro vai ter a despedida do Romagnoli e ele me convidou para jogar com ele. A gente ainda tem uma vida ativa no San Lorenzo", conta. 

    Silas jogou ainda no futebol japonês. Depois da passagem na Argentina, voltou ao Brasil e teve nova passagem pelo São Paulo. Jogou as últimas temporadas na Inter de Limeira. Hoje em dia, é treinador de futebol. Mas isso já é outra história... 

    Brasil
    Paulo Silas
    NomePaulo Silas do Prado Pereira
    Data de Nascimento/Idade1965-08-27(58 anos)
    Nacionalidade
    Brasil
    Brasil
    PosiçãoMeia (Meia Central) / Meia (Meia Ofensivo)

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