Renato Portaluppi retornou para o Grêmio há dois anos. Seria a terceira passagem como treinador do ídolo que havia feito tanto pelo clube nos gramados. , Renato provou, ao longo desses dois anos, que é ídolo também fora do campo, para fazer jus a estátua que o clube prepara em sua homenagem.
Nas duas vezes que havia comandado o Tricolor, Renato não havia conseguido tanto sucesso. Na primeira, foram 33 vitórias em 65 jogos. Vice-campeão gaúcho e eliminado nas oitavas da Libertadores pela Universidad Católica, do Chile, Portaluppi acabou demitido ainda no início do Campeonato Brasileiro, após sequência de quatro jogos sem vencer.
Em 2013, a campanha teve menos jogos (39), 17 vitórias e uma campanha em alguns momentos irregular. O time chegou a ser vaiado, caiu na semifinal da Copa do Brasil para o Atlético Paranaense, mas acabou com o vice-campeonato brasileiro. Sem acordo com a diretoria por renovação, Renato acabou no Fluminense no ano seguinte.
Mas o bom filho, a casa torna. O treinador voltou para o Grêmio em 2016, há dois anos, nas vésperas de uma decisão na Copa do Brasil, contra o mesmo Furacão que o derrubou anos antes, dessa vez pelas oitavas de final. O Rubro-Negro até venceu na Arena, mas o Tricolor, mesmo sem convencer, avançou nos pênaltis.
Com Renato, o Grêmio foi crescendo e ganhando forma. Cresceu tanto que acabou campeão da Copa do Brasil ainda em 2016. No ano seguinte, o time ganhou a América, e desafiou o Real Madrid, com derrota apenas pela contagem mínima. No total, foram 76 vitórias em 143 jogos na terceira passagem, com títulos da Copa do Brasil, Libertadores, Recopa e Gaúcho.
Apesar de ter ameaçado pouco os Merengues, o Grêmio, ao longo dos dois anos de trabalho de Renato, manteve um estilo de jogo quase sempre usado, com muita posse de bola, trocas de passe e jogadas coletivas. Foi assim que ontem o time dominou o Atlético Tucumán, mesmo na Argentina: com a personalidade de Renato. Se o ídolo, em campo, gostava de dar show, fora dele Portaluppi quer que o time faça o mesmo.