Revelado na base do Palmeiras, o meia Diego Souza viu o Verdão em tempos completamente diferentes. Em 2002, o clube foi rebaixado, mas no ano seguinte o meia participou da campanha que recolocou o time na Série A. Diego Souza chegou até a levar o clube de volta para a Libertadores, em uma época que a diretoria apostava mais na base. Hoje, após uma década no futebol japonês, o meia tenta recomeçar a carreira no interior de São Paulo. E gols não vem faltando...
Em conversa com a reportagem de oGol, Diego Souza lembrou de quando, após grande campanha na Copa São Paulo, acabou recebendo a chance de recolocar o Palmeiras de volta na Série A. E conseguiu.
"Em 2002, o Palmeiras foi rebaixado. Em 2003, deram oportunidade para a "galera" da base. Em 2003 fizemos uma boa Copa São Paulo, perdemos na final para o Santo André nos pênaltis. Viram que a gente tinha qualidade de compor o plantel para o Brasileiro de 2003, e acabou dando certo", recorda.
O meia lembra que apostar na base foi iniciativa da diretoria da época, em decisão tomada com o técnico Jair Picerni. Hoje, o clube vem apostando mais em contratações do que na base, como destaca o atleta.
"Se não me engano, foi a época que mais revelou jogadores da base. Hoje em dia, fora o Gabriel Jesus, que saiu da base e brilhou, sendo campeão... Aquela safra (de 2003) foi a maior que saiu da base e fez sucesso no profissional".
Diego Souza jogou também com nomes consagrados do futebol brasileiro, como Marcos, Juninho Paulista, Pedrinho, Magrão e Zinho, de quem ouvia muitos conselhos. Com eles, foi ajudando a recolocar o Palmeiras de volta para a elite.
"O que mais me marcou foi o título brasileiro em 2003 (Série B). O time tinha uma maioria de jovens. Tinha Marcos, Magrão, Pedrinho, Sérgio, mas a base foi feita com os jovens. Era um desafio grande. Tinha gente falando que a gente não ia aguentar, que a Série B era difícil, a gente era moleque... Mas foi um grande desafio e um grande marco para minha vida", garante.
A retomada do Verdão terminou em classificação para a Libertadores. Diego Souza chegou a jogar a competição internacional pelo clube, e ajudar também em boas campanhas no Brasileiro, antes de ir jogar no futebol japonês.
"Em 2005, sai pela primeira vez. O Émerson Leão pediu ao Palmeiras, que me liberou. Fiquei dois ou três meses, depois voltei e joguei o Brasileiro de 2005 para o Palmeiras. Em 2006, no começo do ano, voltei ao Japão. O início foi um pouco difícil, mas aprendi bastante sobre a cultura japonesa, que é uma cultura difícil, totalmente o contrário daqui... Adaptação: você não entende nada, não sabe ler, tem que sair sempre com intérprete... No final, fiz dez temporadas na J-League", recorda.
Foram dez anos no futebol japonês, ganhando bagagem cultural e profissional. Diego Souza acabou voltando ao Brasil primeiro em 2012, em passagem rápida pela Portuguesa, depois em 2017, já em definitivo. O atleta passou por Volta Redonda e Vitória da Conquista, mas vai tentando retomar a carreira mesmo em Taboão da Serra. O meia, que ajudou o Palmeiras a voltar para a elite no início do século, agora tem o mesmo sonho.
"Tenho ainda sonhos e objetivos. Quero estar bem, jogando como estou fazendo. Por mais que esteja no Taboão, em um clube com uma visibilidade que não é tão grande, mas meu trabalho vou fazendo. E sempre alguém está vendo. Quero estar bem, estar jogando, graças a Deus sou um dos artilheiros do campeonato que estou disputando. É um sonho voltar para uma equipe maior. Quem sabe isso não acontece".
Em 2018, Diego Souza tem 11 gols em 26 jogos pelo Taboão da Serra. Atualmente, divide a artilharia da Copa Paulista com André Tavares, do Atibaia, ambos com seis gols. De gol em gol, quem sabe a elite não chama de novo... Com o Palmeiras foi assim.