Natural de Presidente Franco, cidade paraguaia fronteiriça com o território brasileiro, Jorge González, mais conhecido como Torito, viveu desde menino uma relação muito próxima com o Brasil. Agora, aos 30 anos, pela primeira vez teve a chance de, profissionalmente, atuar no país, defendendo as cores do Paraná.
Torito lembra que "desde pequeno acompanhava o futebol brasileiro". "Vivia na fronteira e sempre gostei (do futebol daqui). Era um sonho jogar no Brasil", confessa, em conversa com a reportagem de oGol.
De família humilde, o atleta conta que, quando menino, não passou muito da fronteira nas primeiras visitas ao Brasil. Como jogador, entretanto, teve a chance de conhecer melhor o país (foram seis jogos contra equipes brasileiras por Libertadores e Sul-Americana de 2013 a 2015).
"Só dava para ir até Foz (do Iguaçu, cidade paranaense). Família humilde (risos). Só depois de virar jogador que tive a sorte de conhecer mais lugares no Brasil. Em 2012, operei com o doutor Joaquim Grava no Corinthians, fiquei dois meses no CT deles".
Torito se impressionou com a estrutura corintiana e não escondeu: "Quem não gostaria de jogar no Corinthians? Torço muito por eles, porque me ajudou quando operei e porque lá jogam paraguaios".
O meia tinha como destino preferido o Rio de Janeiro, mas acabou mudando mesmo foi para Curitiba, "uma cidade muito linda e tranquila para se viver". "Demorou um pouco para cumprir o sonho (de jogar no Brasil), mas aconteceu, graças a Deus", celebra.
Torito chegou ao Paraná no início do ano. O idioma não foi tanto um problema, já que o atleta cresceu na fronteira. "Se adaptar a um futebol diferente sempre custa um pouco, mas me adaptei bem. O idioma me custa mais escrever, mas falo bem (risos).
Torito se sente à vontade no elenco tricolor, "muito feliz e cômodo no Brasil". O clube, atualmente, está na lanterna do Campeonato Brasileiro, mas o jogador paraguaio ainda acredita em uma recuperação.
"Força e vontade não vão faltar para lutar. Enquanto tivermos chances, vamos lutar, embora saibamos que cada vez será mais difícil", confessa.
Com contrato com o Paraná até dezembro, Torito pensa em seguir mais tempo no futebol brasileiro. Mesmo que o Tricolor seja rebaixado, mesmo que as portas só se abram na Série B.
"Sempre é bom ir passo a passo. Meu primeiro objetivo é aparecer em campo e, obviamente, é sempre melhor aparecer na Série A. Não quero dizer que jogar a Série B é ruim. Ao contrário, parece bom também. O que eu quero é jogar (risos)".