Artilheiro da Série B, Lucão aprendeu com Falcao em Madri e almeja acesso

Artilheiro da Série B, com dez gols, Lucão vem ajudando o Goiás na arrancada que vai levando o clube ao G4 da competição. Em conversa por telefone com a reportagem de oGol, o jogador falou do bom momento na competição e lembrou também do início de carreira. 

E no início, Lucão resolveu logo ir para fora do Brasil. A primeira experiência como profissional do jogador foi na Ásia, defendendo o Shonan Bellmare, do Japão. 

"Foi muito importante para minha vida. Aprendi muitas coisas. Adaptação é sempre muito difícil. Sair cedo de casa, sem um pai, sem alguém para acompanhar... A gente acaba passando por muita dificuldade. E meu primeiro clube profissional foi no Japão. Foi um choque de realidade. Foram seis meses difíceis, mas, depois, me adaptei bem para ter uma qualidade de vida boa", começa a contar.

"O clube tinha me oferecido mais dois anos de contrato, mas acabei caindo na ilusão de ir para a Europa, fui para Portugal e acabei não ficando. Eu deveria ter ficado (no Japão), porque lá era um lugar muito bom". 

O exemplo de Falcao

Lucão fez 12 jogos e não marcou pelo Portimonense na segunda divisão portuguesa. O clube acabou na lanterna, e o brasileiro se mudou para Madri. Lá, treinou nas divisões de base do Atlético. 

"Foi um aprendizado bom. Estar no meio de bons jogadores, num clube gigante... Foi uma boa experiência. Mas fui mal orientado nessa época. Optei por sair. Como não tinha espaço, não vinha jogando e no outro ano não poderia ser inscrito, pelo número de estrangeiros, acabei optando por sair". 

Mesmo não tendo jogado como profissional pelo Atleti, e tímido demais para conversar com os profissionais, o brasileiro garantiu que aprendeu muito com Falcao García.

"Eu observei muito o Falcao, que na época estava lá. Era um cara muito humilde, jogador diferenciado. Além de ser um bom jogador, era uma pessoa muito boa. Só que eu sou muito quieto, não era muito de falar", lembra. 

Atacante em alta

Lucão voltou ao Brasil, rodou por algumas equipes e, agora, vive o melhor momento da carreira. O atacante não tem muita dúvida em confirmar. 

©Divulgação/Goiás

"Sem dúvida, não tem nem o que pensar: é o melhor momento da minha vida profissional. Na vida pessoal também, vivo uma estabilidade muito boa. Sou cria da região, nasci em Brasília, adaptei rápido com o clima daqui (Goiânia). Acaba sendo ainda melhor que Brasília". 

São 15 gols em 31 partidas, dez deles marcados na Série B, conseguindo ainda quatro assistências. Dos dez gols, oito foram dentro da área. O atacante confirma a tendência dos camisas 9 de referência na Série B. 

"A gente vem, junto com nossos companheiros, marcando gols. Tenho que enaltecer bastante o grupo, que vem me proporcionando muitas oportunidades. O Michael, Giovanni, Maranhão, Cajá... Caras que sempre procuram minha referência na área. Essa Série B, tanto o Goiás, como os outros times, tem a referência (na área) como objetivo durante o jogo. Por isso, venho sendo mais acionado ao longo dos jogos". 

O jogador ressalta a chegada de Ney Franco para destacar o bom momento vivido pelo clube. "O professor Ney, junto com a comissão, chegou fazendo com que todos os jogadores comprassem a ideia, passando confiança para os jogadores. Principalmente a mim, que não vinha sendo relacionado para os jogos. Ele recuperou a confiança do grupo". 

Agora, o Esmeraldino se encontra no G4 da Série B. Apesar de lutar pela artilharia, o jogador garantiu que o principal objetivo é levar de volta o clube para a primeira divisão. 

"Quero, a qualquer custo, subir o Goiás. Distanciar do quinto colocado para se consolidar de vez na briga pelo acesso. Com a força do grupo, quero brigar também pela artilharia, que fica em segundo plano. O objetivo principal é o acesso. O Goiás não merece estar na segunda divisão". 

Para subir, o Goiás terá de passar por uma prova de fogo nas próximas rodadas, diante do rival Vila Nova, que também luta pelo acesso, e do Fortaleza, líder da Série B. Lucão confia que a sequência pode ser positiva. 

"Espero que todo mundo possa entrar em campo, todo mundo recuperado e bem, porque será uma sequência difícil. Dois jogos bem difíceis. O primeiro é o clássico, foco total no clássico. Esperamos chegar com força para sair com a vitória. Almejamos o máximo de pontos possível. No primeiro turno não fizemos tantos pontos, então temos de recuperar no segundo turno".