'Talismã' de 'Papai Joel' no Bota e aposta de Dunga no Inter, Caio vive auge da carreira

Talismã do Botafogo nos tempos de Loco Abreu, Caio hoje é ídolo nos Emirados Árabes, com direito a ter o nome grafitado nos muros do estádio do time. Em entrevista para a reportagem de oGol, o atacante relembrou a trajetória que o  levou de General Severiano para Dubai. 

O início, confessa o jogador, foi muito rápido. O Botafogo começava 2010 com Estevam Soares. Caio participou da pré-temporada e fazia parte do elenco, mas o atacante não esconde que o crescimento dele começou mesmo sob o comando de Joel Santana. 

"Lembro muito bem de ter feito uma boa pré-temporada com o professor Estevam Soares, mas o meu estouro foi com o 'Papai Joel'. Fui muito bem tratado e as coisas fluíram legal. Aquele Carioca foi a marca do meu estouro. Fiz muitos gols, mesmo sendo reserva, e pude ajudar decidindo partidas importantes", garante. 

O Carioca lembrado por Caio terminou com o título botafoguense. Nele, o atacante ganhou o apelido de "talismã", já que entrava muitas vezes nas partidas para decidir. O jogador lembra que o apelido o acabou prejudicando. 

"Todo jogador precisa de uma sequência para poder apresentar um bom futebol. No Botafogo, eu tive uma passagem bem bacana, mas por eu ter sido taxado de 'talismã', entrando e decidindo os jogos, acabou virando uma regra, como se eu só pudesse render entrando no segundo tempo. Foi difícil, pois sempre soube que tinha potencial para estar entre os 11 inicias. Até que pedi para ser emprestado para o Figueirense. Joguei todas as partidas como titular, tive um ótimo desempenho e disputei a artilharia com o Fred na época, cabeça a cabeça, até eu me machucar e perder os últimos 14 jogos, já tendo 9 gols no campeonato", analisa. 

Depois do empréstimo no Figueirense, o atleta foi negociado com o Internacional, a pedido de Dunga, então técnico colorado. O atacante recorda como foi sua passagem pelo Beira-Rio. 

"Cheguei a pedido do professor Dunga, na época. Cheguei voando, fazendo gols e ajudando a equipe no Estadual e Copa do Brasil, mas acabei fraturando meu quinto metatarso. O Internacional sempre teve times competitivos e um elenco de altíssimo nível. Então, quando você machuca, acaba perdendo posições, espaço e voltando atrás da fila. Outros entram bem no seu lugar, e você tem que trabalhar forte para ter uma nova oportunidade. Mas foi bacana o tempo que durou. Acabei sendo emprestado e pude ajudar o Inter ao ser vendido aqui para fora". 

Ídolo nos Emirados

Caio foi negociado pelo Inter com o Al Wasl, de Dubai, nos Emirados Árabes. O jogador garante que, devido a sua fluência no inglês, a adaptação no novo país aconteceu rápido. Em campo, os números provam isso. 

Queria agradecer pela homenagem que os @ultrasjunoon fizeram pra mim no muro do estádio Zabeel, aqui em Dubai! Sensacional! #alwasl #grafite pic.twitter.com/E46ICDUB72

— Caio Canedo (@caiocanedo) 8 de outubro de 2017

Na primeira temporada, Caio fez 19 gols em 29 jogos. A média seguiu alta nas temporadas seguintes: 14 em 29 e 16 em 32. Mas a atual temporada vem sendo a melhor do atacante, com 24 tentos em 31 jogos. 

"Nunca foi tão alta (a média de gols da carreira) porque não havia tido uma sequência tão grande de jogos como titular. Todo jogador precisa dessa sequência, dessa confiança. Se não me engano, no Botafogo, fiz 120 jogos. Nem 20 foram como titular e, mesmo assim, fiz 22 gols pelo clube (são 117 partidas oficiais, com 17 gols). Aqui eu tenho essa sequência e as coisas acontecem naturalmente em questão de gols. Estou no meu auge", garante. 

Os muitos gols tornaram Caio ídolo em Dubai. O jogador ressalta, inclusive, que tem o rosto grafitado no muro do estádio. "Acho bem bacana, não faço mais do que minha obrigação, que é fazer gols e ajudar o time. Eles têm um carinho enorme por mim mesmo. Sempre me parando nos lugares pedindo fotos e autógrafos".