Douglas Vieira quase seguiu Roger no Grêmio, mas virou o artilheiro de Tóquio

Nascido em Volta Redonda, Douglas Vieira começou no futebol no Macaé, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. No Sul, teve destaque no Juventude, de Roger Machado, e quase seguiu o treinador para o Grêmio, mas acabou tendo um rumo bem diferente na carreira. 

Em conversa com a reportagem de oGol, Douglas lembra que o início de carreira "foi bom, mas foi difícil". Entre erros e acertos, o atacante amadureceu antes de viver a primeira experiência fora do país, no Kalmar, da Suécia, em 2010. 

"Foi uma experiência muito boa, onde aprendi muito. Amadureci bastante com essa saída do país. Foi bom para minha carreira. Não continuei lá, mas voltei bem mais maduro e consegui dar um up na minha carreira", lembra.

Por lá, Douglas recorda que ouvia quase sempre coisas sobre Zlatan Ibrahimovic, o nome mais famoso do futebol local. Zlatan, hoje no Los Angeles Galaxy, é exemplo para o brasileiro.  

"Falavam muito dele. Na verdade, praticamente só falavam dele (risos). Aprendi bastante com ele, e até hoje aprendo. É um cara muito admirável. Posicionamento principalmente. Todos que jogam nessa posição têm sempre a aprender. Eu estou sempre aprendendo, observo muito ele para tirar o de melhor", conta. 

Os conselhos de Roger

Na volta ao Brasil, Douglas se destacou no Sul do país. No Juventude, contou com conselhos de Roger Machado, hoje técnico do Palmeiras, para evoluir. 

"O Roger, além de ser um baita treinador, é uma pessoa boa de se lidar. É um cara que já foi jogador, já esteve do lado de cá, então sabe lidar muito bem com o grupo. É um treinador fera, que me ajudou muito. Me dava moral, sequência de jogo, muitos conselhos... Tenho, até hoje na minha cabeça, frases que ele dizia para agregar, para o meu crescimento. Junto com o Lisca, foram os dois treinadores que ajudaram bastante no meu crescimento", conta. 

Douglas quase encontrou Roger em outro clube. O atacante lembra que quando estava no Náutico, em 2015, recebeu propostas do Flamengo e do próprio Grêmio, então treinado por Roger. O negócio com os pernambucanos não evoluiu. 

"Em 2015, tive no Náutico e fizemos um bom Brasileiro da Série B. Infelizmente, não conseguimos o objetivo principal, que era o acesso. Mas tive um destaque bom na época. Cheguei a ter a possibilidade de ir para o Flamengo, o Grêmio, com o próprio Roger. Infelizmente, a negociação com o Náutico não andou", lamenta. 

O artilheiro de Tóquio

No final de 2015, após ser titular do Timbu na Série B, o artilheiro recebeu a proposta de ir para o futebol japonês. O desafio seria logo em Tóquio. 

©Divulgação/Tokyo Verdy

"Peguei algumas referências daqui, porque era uma experiência totalmente nova na minha carreira e vida. Mas me adaptei bem aqui, qualidade de vida muito boa. Dentro de campo também, me adaptei bem. Está sendo uma experiência diferente e aqui é um lugar onde estou feliz", garante. 

Douglas garante que até na cozinha não sofreu tanto. "Aqui tem bastante restaurante brasileiro, mercado... Ajudou bastante também". 

Em campo, as coisas foram evoluindo aos poucos. Na primeira temporada no Tokyo Verdy, foram sete gols em 30 jogos. Já na segunda, foram 18 em 43. 

"No primeiro ano que cheguei, fiquei um tempo parado porque tive uma lesão. Fiquei uns três meses parado. Depois, quando fui voltar, não estava totalmente recuperado e acabei me lesionando novamente. Acabou que eu perdi praticamente metade do ano. Depois, voltei sem ritmo e terminei fazendo só sete gols. Ano passado, chegou uma comissão da Europa, preparador físico diferente, mentalidade diferente... Me ajudou muito e fiz uma temporada boa. Graças a Deus, fiz 18 gols, fui artilheiro da equipe. Fui um dos brasileiros que mais gols fez ano passado no Japão", conta. 

Contando as duas divisões japonesas, Douglas ficou atrás apenas de Wellington, do Avispa Fukuoka. O brasileiro se sente em casa em Tóquio. 

"Me sinto bem, gosto daqui de Tóquio. É um lugar bom. Em campo, estou muito bem adaptado também. Mais maduro, conheço a cultura japonesa, o jeito do futebol... Espero fazer uma grande temporada. Comecei bem o ano, já estou com quatro gols e estou em busca da artilharia que não consegui na última temporada", projeta. 

Apesar de estar à vontade no Japão, Douglas não rechaça um retorno ao Brasil. "Eu gosto muito daqui, quero ficar aqui também, mas também voltaria ao Brasil. É um futebol com nível bem alto. Alguns clubes em destaque, é uma vitrine boa... Então voltaria, com certeza. Vindo alguma coisa boa", deixa em aberto.