Maior artilheiro do futebol bósnio pós-guerra, Wagner Lago celebra feitos no país

Com certeza, Edin Dzeko é o grande nome do futebol bósnio pelos feitos pela seleção e pela carreira internacional. No futebol local, entretanto, ninguém supera os feitos do brasileiro Wagner Lago. 

Em entrevista para oGol, o jogador enumera seus feitos no país: "Campeão nacional, três títulos da Copa da Bósnia e Herzegovina, artilheiro do clube e da Premjer Liga, com 121 gols, artilheiro na repescagem da Copa Uefa, seis gols, duas vezes melhor jogador do campeonato, artilheiro da temporada 2015/2016 com 18 gols"... 

Não são poucos os feitos de Wagner por lá. O brasileiro chegou no país depois de ter tentado a sorte no Brasil, sem ter conseguido muito destaque por aqui. 

"Comecei jogando campeonatos regionais na cidade de Aurelino Leal, onde fui criado. Depois, estive no Vitória por dois anos na divisão de base. Retornei para Aurelino Leal e novamente continuei jogando campeonatos regionais. Aos 19 anos, fui para o Colo-Colo, de Ilhéus. Joguei em alguns times do interior da Bahia, Goiás e de São Paulo", recorda. 

©Arquivo Pessoal

As portas da Bósnia foram abertas para Wagner por seu irmão, Ricardo Lago, que também foi campeão da liga local pelo NK Siroki Brijeg antes de fazer carreira na Rússia. 

"Sou grato muito a Deus e meu irmão, Ricardo, que me ajudou muito. Ele foi para a Bósnia e Herzegovina,  no final de 2002. Em junho de 2003, ele conseguiu uma oportunidade para mim ir para a Bósnia e Herzegovina e, graças a Deus, até hoje estou jogando aqui", disse. 

Wagner confessa que sua melhor temporada por lá foi 2005/2006. "Nessa temporada me transferi do NK Posušje  para NK Široki Brijeg, e conquistamos o título nacional". 

Além das taças, Wagner celebra feitos individuais. O maior deles é de ser o maior artilheiro do futebol no país no período pós-guerra, sendo idolatrado na Bósnia por seus números. 

"Já estou há 14 temporadas no país. Me tornei o maior artilheiro da Premjer Liga depois da guerra e o segundo artilheiro da história da competição (antes e depois da guerra), com 121 gols até agora. O carinho dos torcedores é bem caloroso e sinal do reconhecimento do meu trabalho", garante. 

Tanto tempo na Bósnia e a boa relação de sua família com o país fazem Wagner, de 39 anos, pensar em seguir por lá após encerrar a carreira. O jogador projeta seu futuro no país. 

"Planejamos continuar no país e trabalhar no clube (depois de encerrar a carreira). Vivo com minha esposa, Lílian, e meus filhos, Lanna (9) e Davi (6), que são nascidos na Bósnia e Herzegovina, e aguardamos o nascimento do nosso 3° filho (a) em julho", projeta.