Stéfano repete feito de artilheiro e Bola de Ouro e celebra 'melhor ano' nos EUA

A temporada da North American Soccer League, a segunda liga de mais importância nos Estados Unidos, acabou com o San Francisco Deltas campeão, diante do New York Cosmos. Mas o grande destaque do torneio estava no Miami FC, e é brasileiro: Stéfano Pinho. 

Pela segunda vez na carreira, Stéfano terminou a competição como artilheiro e principal jogador, recebendo a Bola de Ouro. O atacante, ex-Fluminense, celebra, em conversa com a reportagem de oGol, o feito inédito. 

"Foi a primeira vez que isso aconteceu na liga. A gente fez história, bateu todos os recordes, então fico feliz por ser o primeiro jogador a conseguir ser o melhor da liga e artilheiro duas vezes", disse. 

O atacante está completamente ambientado na Flórida. Na primeira vez que foi artilheiro e melhor jogador, defendia do Fort Lauderdale Strikers, também de Miami. O jogador, que recentemente viu seu filho, Nicholas, nascer por lá, se sente em casa na Flórida. 

"É o mesmo clima do Brasil, tenho amigos aqui, meu filho nasceu aqui... É minha segunda casa, estou adaptado na Flórida. O público vai ao estádio, comparece, apoia... Estou em casa", garante.

A primeira experiência do brasileiro no futebol estadunidense foi em 2013, em uma espécie de seletiva. Na época, foi com o aval do Fluminense, equipe pela qual tinha contrato.

"Todo ano, eles escolhem alguns jogadores da faculdade. Eles convidaram o Fluminense para participar e perguntaram se eu queria ir, porque eu estava em férias. Estava no elenco, mas não ia ser utilizado. E ia passar uma semana aqui (EUA), tudo pago... Falei: 'Vou, né....'. Fiz três ou quatro gols em três jogos e foi bom demais", relembra. 

Torcida por amigos do Flu

Formado na base do Tricolor das Laranjeiras, Stéfano atuou com alguns jogadores que, hoje em dia, vêm recebendo oportunidades com Abel Braga. O atacante segue torcendo pelos ex-companheiros. 

"Estou acompanhando o Marlon Freitas, meu amigo. Não só ele, mas tenho outros amigos, Reginaldo, zagueiro... Sempre que posso, acompanho os jogos. É prazeroso ver eles jogarem, ainda mais agora, que todo mundo está jogando, o Fluminense deu mais oportunidade para a base. Ver meus amigos jogarem, fazerem sucesso... Torço muito por eles", garante. 

©Divulgação

Depois que deixou o Rio de Janeiro, onde defendeu também o Madureira, Stéfano teve uma passagem pelo futebol da Finlândia antes de chegar nos Estados Unidos. Lá, descobriu o que realmente é o frio. 

"Lá chegava às vezes a -15°, -20°. Só tivemos dois meses de verão, que a temperatura ficava um pouco melhor, mas, fora isso, era frio o ano todo. Jogamos duas vezes nevando muito... Aquela bola laranja, que não dava nem para ver... Outra vez que a gente tentou jogar, mas não tinha como e o jogo foi adiado... A gente jogava com a blusa térmica e camisa de jogo. E o nosso time, no vestiário, não podia trocar a camisa, só tinha uma camisa. Então você suava e ia para o frio de novo", recorda. 

Melhor ano nos EUA 

Em seu primeiro ano nos Estados Unidos, Stéfano fez 16 gols em 29 jogos na NASL pelo Strikers. Na temporada seguinte, entretanto, longe da Flórida, em Minnesota, as coisas não correram tão bem. Só no seu retorno para Miami, as coisas voltaram a melhorar. E ainda mais gols surgiram.

"Eu vim de um ano não muito bom no Minnesota, onde tive algumas lesões, não me dava muito bem com o treinador. Já esse ano, fiz até uma aposta com meu pai que faria até mais gols do que havia feito no Strikers e acabou dando certo. Fiz 21 gols em 29 jogos juntando liga e copa. Foi o melhor ano da minha carreira", garante. 

©Divulgação

A única frustração que fica para Stéfano é a falta do título da NASL. O Miami foi eliminado nas semifinais, para o New York Cosmos, nos pênaltis. O brasileiro já havia sentido esse gostinho... 

"Foi frustrante, do mesmo jeito as duas vezes. Esse ano, fiquei ainda mais chateado pelo jeito que foi. O regulamento é muito injusto, porque a gente ganhou a primeira temporada, a segunda temporada, estávamos 20 pontos na frente do segundo, melhor defesa, melhor ataque, recorde de gols, vitórias, artilheiro, melhor goleiro e a gente foi e perdeu nos pênaltis. Poderia ter alguma vantagem pela campanha. Mas temos que olhar para frente, ver onde erramos para tentar, em um futuro mais próximo, ser campeão", projetou. 

Ao final da temporada, o brasileiro senta para decidir seu futuro. Garante que o Miami é prioridade, mas não esconde o sonho de jogar na Major League Soccer, principal liga dos EUA. 

"Meu contrato com Miami acaba em dezembro. Vou escutar eles primeiro, que foi o time que me abriu portas aqui. Apareceram algumas coisas de MLS, fora do país também, então vou analisar a melhor proposta, o melhor para mim e minha família. Estamos vendo", afirmou.