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    Futebol Internacional
    Da terra do Rei para a terra do beisebol

    Sem medo de desastres, brasileiro deixou terra de Pelé para desafio na Nicarágua

    Quando se fala em Nicarágua, provavelmente passa na sua cabeça belezas e desastres naturais, beisebol, boxe e... Possivelmente o futebol é uma das últimas coisas que você vai relacionar com o país da América Central. 

    Nem por lá o futebol é tão popular. O beisebol, de fato, é o esporte das massas, seguido pelo boxe. Mas, sim, há futebol na Nicarágua. E onde há futebol, há brasileiros... 

    Lucas Silva é um dos brasileiros da liga local e defende a principal equipe do país, o Real Estelí, atual campeão que luta pelo bicampeonato. O defensor é de Campinas, tem 25 anos, mas começou a ter destaque no Brasil com a camisa da Portuguesa.

    O último bom ano da Lusa

    Na Lusa, viveu momentos felizes, jogou o último Campeonato Brasileiro da Série A do clube, mas viveu o drama de um rebaixamento polêmico. Após cair com a perda de pontos na Justiça, a Portuguesa nunca mais voltou para a elite. Lucas lamenta, em conversa por telefone com a reportagem de oGol

    "Eu cresci na Portuguesa. Cheguei lá no sub20. Subi para o profissional na Portuguesa, fiz meu primeiro jogo... Esses dias, foi aniversário da Portuguesa e postei uma foto e repostaram no site deles... Fico triste de ver a Portuguesa nessa situação porque ela não merece. Todos gostam da Portuguesa, tem nela seu segundo time, ali em São Paulo, mas, por diretores, pessoas que não estavam procurando os objetivos do clube, o clube está na situação que está. São pessoas que às vezes nem entendem de futebol, buscam outros objetivos, e acabam destruindo o clube. Vejo algumas fotos do CT da Portuguesa, do estádio, e dá pena. Era um clube tão bom de jogar, tão gostoso... É difícil a gente ver o que está acontecendo", lamenta. 

    Desde que saiu do Canindé, Lucas Silva rodou por equipes brasileiras. Esteve no futebol mineiro e chegou a treinar no Tricordiano, na terra de Pelé, Três Corações, mas não chegou a jogar pelo clube. Sem se acertar por lá, recebeu proposta do futebol da Nicarágua, e não rejeitou o desafio. 

    "Já acompanhava, porque tinha uns brasileiros que conhecia. Acompanhava o Real Estelí. Não pensei duas vezes. Era uma proposta boa e era um desejo meu vir para fora do país, ter experiência de cultura nova, para o meu filho aprender um novo idioma... Profissionalmente, foi bom porque tinha a Concachampions, que chamamos aqui. É tipo a Liga dos Campeões daqui. Conversei com minha esposa... Cheguei aqui, fui bem recebido", revela o zagueiro.

    Campeão nicaraguense na última temporada, o Real Estelí disputou a Concachampions, a Liga dos Campeões das Américas do Norte e Central. O time acabou eliminado pelo Águila, de El Salvador, mas Lucas ressalta a boa vitória que sua equipe conseguiu antes de cair nos pênaltis.

    "Fomos eliminados, mas o clube nunca tinha ganhado um jogo. E nós ganhamos o segundo jogo em casa e perdemos nos pênaltis. Infelizmente, fica com o sentimento que poderíamos ter ganhado e ter feito mais história ainda. Mas a gente tem que ser grato porque as coisas andaram. Nós fizemos um bom jogo e ganhamos do Águila, de El Salvador", conta.

    O atleta ressalta que jogou 16 das 18 rodadas do campeonato local. O Real Estelí está na semifinal e luta pelo bicampeonato. O brasileiro destaca a competitividade da liga nacional. 

    "O futebol aqui é muito dinâmico, pegado. Muitos brasileiros não conseguiram jogar aqui. Pelo fato de ser muito pegado, muita marcação, muito rápido. É um futebol difícil de jogar, mas, graças a Deus, minha adaptação foi boa. Entendi a metodologia. Todo mundo fala que o futebol deve ser 'morto', mas é difícil. A gente teve um jogo difícil agora, contra o Ferretti, segundo colocado. A qualidade não é igual a primeira divisão do Brasileiro, mas é um futebol bom", afirma. 

    Sem medo dos desafios

    Apesar da competitividade, e de afirmar que a população local acompanha o Real Estelí no estádio e nas transmissões na TV local e no Facebook, Lucas reconhece que o principal esporte do país ainda é o beisebol. 

    "Do lado do nosso estádio, tem o estádio de basebol. Às vezes, antes de começar o treino, está tendo jogo do outro lado e a gente dá uma olhadinha. Na TV sempre passa, às vezes dou uma olhadinha. E eles são bem fanáticos pelo basebol. Você vê crianças brincando com taco de basebol, nas lojas de brinquedos é coisa de beisebol... O futebol está crescendo, mas o basebol é o primeiro esporte do país", confessa. 

    Além do desafio de chamar a atenção da população local para o esporte, Lucas Silva vive em um país que é vítima constantemente de desastres naturais. O zagueiro lembra o último desastre por lá, mas garante que isso não o faz desistir do país. 

    "Esses tempos, meu pai me ligou e falou: 'Lucas, o que está acontecendo aí?' Eu falei: 'Acontecendo o que, pai?' Ele disse: 'Estou vendo gente ser arrastada, nas enchentes, enxurradas, muita chuva'. Foi logo depois de um furacão que teve. Eu falei: 'Pai, não estou sabendo de nada'. Ai liguei a televisão e vi que algumas cidades da Nicarágua estavam com muita chuva e estava em uma situação difícil. Um jogo foi até cancelado na época. Mas a cidade onde estou é privilegiada nesses aspectos. Não aconteceu nada. A gente assustou e depois passou o Furacão Irma, mas aqui não tinha chance nenhuma de chegar. Poderia passar em cidades perto da costa, mas, como estou longe da costa, não passou". 

    Há também na Nicarágua vulcões ativos. Perto de Estelí, cidade onde vive Lucas Silva, há um. O brasileiro conta que visitou de longe e que recentemente houve atividade no vulcão, mas sem danos para a região. 

    "Tem um vulcão que é a 40 minutos daqui. Cheguei a ver de longe. Passei na estrada e mostraram. Eu até queria tirar foto, falei com a minha esposa, porque tem um pessoal que tira foto, mas não chegamos a ir lá. Há um tempo, o vulcão começou a entrar em erupção e ficou muito quente aqui a cidade. Mas não tem perigo de chegar nada aqui", conta. 

    Entre tempestades e vulcões, Lucas Silva quer ser campeão na Nicarágua. O jogador se concentra na reta final da liga nacional para terminar o ano com um título para, depois, pensar se permanece ou não no Real Estelí. 

    "Estou focado em a gente conseguir o título nacional, vai valorizar bastante tanto o clube quanto a mim, individualmente. Conquistando, coisas boas vão aparecer. Então estamos bem focados. Quero deixar um marco legal aqui. Se for renovar ou não, é algo a conversar em dezembro. Mas estou bem feliz aqui. Está sendo algo bom". 

    Brasil
    Lucas Silva
    NomeLucas Rodrigues Ramos da Silva
    Data de Nascimento/Idade1992-04-20(32 anos)
    Nacionalidade
    Brasil
    Brasil
    PosiçãoMeia (Volante) / Defensor (Zagueiro)

    Fotografias(3)

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