O Operário decepcionou Ponta Grossa no primeiro grande objetivo da temporada: o time não voltou para a primeira divisão do Campeonato Paranaense. Mas na Série D, a equipe fez história, conquistando um título inédito para terminar a temporada nos braços da torcida.
O capitão da equipe na campanha, Chicão, conversou por telefone com a reportagem de oGol e lembrou da dificuldade que o time enfrentou no começo da temporada.
"A gente tinha como metas os dois acessos. Mas, infelizmente, acabamos não conseguindo o acesso para a primeira divisão do Paranaense. Mas, com esse insucesso, a gente se fortaleceu muito. A gente tinha uma responsabilidade muito grande na Série C, até porque o clube ia ficar sem calendário no ano que vem. A equipe se fortaleceu, conseguiu dar a volta por cima e fez bela campanha na Série D", relembrou.
A campanha para o título começou com vitória sobre o Brusque, no Germano Kruger. Chicão lembra que o time foi reconquistando a torcida com o tempo.
"A torcida foi o 12° jogador. Ter o carinho novamente do torcedor vai muito pelas nossas atuações na Série D. A gente começou jogando contra o Brusque e, apesar de ter ganhado de 1 a 0, a gente fez um ótimo jogo. E foi uma arrancada até o acesso. Fazendo bons jogos, o torcedor começou a acreditar. A gente precisava de todo mundo, e o torcedor do Operário é diferenciado mesmo, abraça o time de uma forma surpreendente. A cidade move muito o jogador, que dá um gás a mais para buscar os resultados", conta.
O Fantasma fez ótima campanha na Série D: foram 11 vitórias, um empate e quatro derrotas. Chicão fala em "campanha perfeita" e ressalta a regularidade da equipe.
"A gente fez uma campanha praticamente perfeita. Tendo boas atuações jogando bem fora de casa, que é muito difícil. Tendo a defesa menos vazada, uma sintonia muito boa. Consistência e regularidade. Quem entrava, dava conta do recado, quem estava de fora trabalhava para, quando entrar, corresponder à altura... Foi uma campanha que vai entrar para a história do clube e da Série D", analisa.
O meia lembra que o time se sentiu mais aliviado desde quando confirmou o acesso, eliminando nas quartas de final o Maranhão, mas o título trouxe uma sensação especial.
"Bateu o alívio já no acesso. A gente tinha a responsabilidade de colocar o clube na Série C. Mas, com a taça na mão, é um alívio, uma carga de adrenalina muito grande, poder segurar a taça, uma conquista tão grande para o clube, para Ponta Grossa e para o Paraná. O primeiro clube do Paraná campeão da Série D", ressalta.
Os jogadores do Operário vêm sendo muito destacados na cidade, recebendo homenagens de torcedores nas ruas e das autoridades locais. Chicão aproveita o bom momento.
"Por você conquistar algo tão grande, todos querem você perto, o grupo todo perto, para poder agradecer por ter conquistado uma competição tão difícil. Então é normal, porque até cair a ficha, a gente não sabe a dimensão disso, mas a gente trouxe a alegria para uma cidade, para um torcedor apaixonado. Então é mais do que merecido a gente estar passando por isso. Tem que comemorar mesmo, participar de todos os eventos, porque só a gente sabe o quanto foi difícil, o quanto a gente trabalhou".
Apesar da festa, o Operário já começa a projetar 2018. O clube sabe que a Série C vai ser difícil, mas não esquece que o acesso no Paranaense também é objetivo.
"A diretoria já está pensando no planejamento. A responsabilidade aumenta, porque você está entre os 60 maiores clubes do Brasil. Então a gente tem que pensar alto. Chegar também na primeira divisão do paranaense, que o clube merece. Depois, começar a pensar na Série C e, quem sabe, chegar na Série B, o que não é impossível", finaliza Chicão.