Mário Jardel está de volta ao futebol português. Não, não é o Jardel artilheiro do Porto e do Sporting, mas sim seu filho, que carrega o nome do pai e começa a carreira no país em que o grande Jardel brilhou como goleador.
Pois Mário Jardel, o filho, nasceu mesmo em Portugal. Começou a seguir a carreira do pai por lá mesmo, até que se mudou para os Estados Unidos. Lá, estudou gestão esportiva e marketing e, ao mesmo tempo, jogou no Racers.
"Nasci no Porto quando o meu pai jogava aqui. Vivi aqui durante quatro anos e vivi no Brasil quatro anos também. Depois, voltei para cá e estou aqui há nove anos, tirando um ano que estive nos Estados Unidos", disse, em conversa com a reportagem de oGol.
Jardel ainda pretende voltar a estudar "para ter mais saídas no futuro". Mas, pensando em seguir a carreira do pai, voltou para Portugal, como reforço do Leça, equipe tradicional do país que atualmente disputa apenas campeonatos regionais.
"Preferi regressar a Portugal porque o lugar onde eu morava era muito longe de tudo e não tinha muitas coisas para fazer. Também pelo fato de em Portugal o futebol ser melhor do que lá. Acabei o primeiro ano de universidade lá e agora pretendo continuar aqui. Vou tentar conciliar o futebol com os estudos", prometeu.
No futebol, os conselhos de seu pai ajudam a moldar o futebol do jovem. E Jardel, o filho, garante: é também matador, e quer escrever a sua história no esporte.
"Sou um jogador que faz muitos gols. Acho que isso é a maior similaridade que eu tenho com o meu pai. Jogo bem de primeira também e sou um jogador de área", analisou.
Jardel pouco viu seu pai jogar. Era bem menino quando o atacante ex-Porto e Sporting encerrou a carreira. Mas leva lições consigo e segue o exemplo do pai.
"Lembro-me pouco de vê-lo jogar a alto nível. Lembro-me mais de vê-lo jogar no Beira-Mar e no final da carreira. Sempre tive uma relação muito boa com o meu pai, ele sempre me deu conselhos e continua a dar. É uma pessoa muito importante", revelou.
Jardel, o pai, viveu momentos difíceis na vida, entrando em depressão e tendo problemas com as drogas. O filho garante que sempre apoiou o pai em todos os momentos, e o tem como exemplo.
"Deu-me muitos conselhos, mas o mais importante foi quando ele me disse para nunca ter pressão ao jogar e para me divertir em campo, para fazer o meu trabalho o mais tranquilo possível. Ele sempre me disse para apreender com os erros dele. Sempre estive ao lado dele, mesmo nos piores momentos. Todos nós temos momentos maus e isso é algo que aprendi com ele. É uma grande pessoa", defende.
Jardel deixou os EUA para ser reforço do Leça em busca de objetivos maiores em Portugal. Tanto o clube, quanto o atacante sonham em disputar divisões maiores.
"Cheguei agora ao Leça e estou focado em atingir os objetivos do clube, mas claro que, no futuro, espero jogar ao mais alto nível. É o sonho de todos os garotos da minha idade".
Apesar de ser português e viver no Porto há algum tempo, Jardel não nega as origens brasileiras. Acompanha o futebol daqui e, principalmente, o Grêmio, clube em que seu pai brilhou e onde espera jogar um dia.
"Gostaria de jogar um dia no Grêmio, que é meu clube no Brasil. Cheguei a ver o primeiro tempo do jogo (semifinal da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro). Tenho família lá e vou lá muitas vezes de férias. Já fui a muitos jogos do Grêmio com o meu pai", revela.