Éverson foi cotado para ser o substituto de Fernando Prass quando o goleiro palmeirense se machucou, em 2016. O Palmeiras até que tentou, mas o Ceará segurou o seu goleiro, e agora vem colhendo os frutos na Série B.
Com a quarta melhor defesa da competição, o Vozão tem em Éverson a segurança debaixo das traves. O goleiro sofreu 17 gols em 20 jogos, e vai ajudando a equipe a se manter no G4 da competição.
Em conversa por telefone com a reportagem de oGol, Éverson lembrou que, quando recebeu a proposta do Palmeiras, ficou feliz por ser lembrado, mas nunca deixou de trabalhar forte pelo Ceará.
"Apareceu uma proposta para o clube, mas, no momento, a gente estava bem na Série B e o clube não quis liberar, até porque o Palmeiras não quis pagar toda a multa. Fiquei feliz, foi o reconhecimento de um trabalho. O Ceará é grande, não só no Nordeste, mas no Brasil. E o Palmeiras é uma equipe que dispensa comentários, equipe de Série A. E você ter não só uma sondagem, mas uma proposta real de interesse no seu trabalho, você fica muito lisonjeado. É reconhecimento do trabalho de um profissional", disse o goleiro.
"Na ocasião, fiquei muito feliz, por esse reconhecimento, mas muito tranquilo, com a consciência boa para estar trabalhando para o Ceará. Deixei na mão de Deus, e ele não achou que era um momento oportuno. Apareceu a oportunidade para o Jaílson, que é um grande amigo que tenho, e todo mundo viu o que ele acabou fazendo naquele turno do Brasileiro", completou.
Éverson seguiu no Ceará. O clube não alcançou a Série A em 2016, mas segue na briga esse ano. Em quarto lugar, vai mostrando equilíbrio para brigar pelo acesso.
"A gente tem um sistema defensivo bom, mas não posso esquecer os meninos lá da frente, que acabam ajudando, os nossos volantes são bons. E a zaga é muito boa. Tenho confiança em todos os zagueiros da equipe. É o que faz a gente ser uma das quatro melhores defesas. Se a gente manter os números, ou conseguir abaixar, com certeza a gente vai estar próximo das vitórias. É o que falo para eles antes dos jogos: se a gente não tomar gol, a gente fica mais próximo da vitória", analisou.
Vitórias que vieram nas últimas rodadas. O Vozão vem de quatro seguidas. Éverson reconhece a ajuda do técnico Marcelo Chamusca, que chegou no decorrer da competição.
"A chegada do Chamusca foi muito boa. Além de ser um treinador motivacional, ele também é um treinador muito estudioso, muito atualizado. Ele deixa a gente sabendo de todas as situações, positivas e negativas do adversário, e isso está sendo decisivo para a gente conquistar as vitórias. Ele está dando muita informação para a gente, e isso vem sendo um diferencial nos jogos", analisou.
É a terceira Série B que Éverson defende o Ceará. Após brigar contra o rebaixamento na primeira e não subir na segunda, o goleiro projeta que esse é o momento ideal para o acesso.
"É minha terceira temporada. Primeiro, briguei contra o descenso, mas esse ano está sendo diferente. Esse ano, o grupo realmente está fechado, não é da boca para fora. Um grupo que se respeita. Tanto que o professor Chamusca chegou e implementou o trabalho e a gente não tem uma equipe base. Sempre que tem uma questão de lesão, viagem... A gente vem rodando jogadores, tem bastantes formações, e a gente conseguiu sair com êxito. Então é um grupo trabalhador, cada um respeita o momento do companheiro, e isso, com certeza, está fazendo a diferença nos jogos. Se pegar essa sequência de quatro vitórias, se pegar o time, dificilmente ele é o mesmo", analisou.
O Ceará venceu nos últimos jogos CRB, ABC, Criciúma e Paysandu. Agora, o time quer engrenar a quinta vitória seguida para se consolidar no G4. O próximo adversário será o Boa, em Varginha, no sábado.
"A gente conseguiu uma sequência de quatro vitórias, que não é fácil na Série B. Temos um jogo difícil contra o Boa, uma equipe qualificada que, dentro de casa, é muito forte. Mas vamos viajar para buscar a quinta vitória e cravar mais ainda nossa permanência no G4. A gente sabe que o número de vitórias que a gente tem é muito bom em relação aos rivais que estão abaixo da gente. Com certeza uma vitória é importante para que a gente possa cravar mais ainda a permanência no G4", projetou.
Com a cabeça agora em colocar o Vozão na Série A, Éverson sonha alto na carreira. Além de atuar na Europa, o goleiro, de 27 anos, pensa ainda em seleção brasileira.
"Esse ano, pretendo colocar o Ceará na Série A. Pretendo, sim, jogar a Série A, jogar em um grande clube da Europa, tenho esse sonho. O sonho principal é, um dia, chegar na seleção brasileira. Tenho 27 anos, estou trabalhando todos os dias firme, focado, para que, um dia, eu possa realizar esse sonho".