Gatito brilha contra rival de criança e é herói do Bota na Libertadores

A família Fernández há décadas alimenta uma rivalidade com o Olímpia. Roberto Fernández defendeu o Cerro Porteño, grande rival do Rey de Copas em Assunção, nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Gatito, filho de Roberto, também defendeu o Cerro e provou a rivalidade local nos anos que lá esteve. Agora, pelo Botafogo, teve a chance de reencontrar o rival que via seu pai enfrentar na infância, e virou herói para o Botafogo. 

Um herói improvável, mas ao mesmo tempo é justo perguntar: quem poderia escrever uma história mais especial no Defensores de Chaco que a de Gatito? Ninguém. "Estava escrito", acredita o torcedor botafoguense, que viu um roteiro de filme perfeito levar o clube para a fase de grupos da Copa Libertadores. 

O herói sai do banco

Gatito começou o jogo no banco de reservas. Helton Leite era o titular até que se lesionou. Ficou caído no gramado e a torcida vaiou, achando que era para ganhar tempo. Não era, e os torcedores, depois do jogo, talvez até se lamentassem por não ter sido. 

Helton deixou o campo para a entrada do goleiro paraguaio, que conhece bem o Defensores del Chaco. Ali via o pai jogar pelo Cerro. Ali defendeu a equipe de seu pai e viu o Olímpia como grande rival, rivalidade enraizada na família. 

Os donos da casa que um dia chegou a ser de Gatito e Roberto incendiaram o estádio, no bom sentido, pelo menos para a maioria paraguaia, quando Montenegro abriu o placar. 

O Botafogo se segurou. No final, comemorou ter levado para os pênaltis. Talvez já sabendo que Gatito poderia fazer a diferença. Nas prévias de jogo no Paraguai, os veículos locais, que conseguiram observar o treino "fechado" de Jair Ventura, citaram o bom desempenho de Gatito nas penalidades. 

O bom desempenho se repetiu quando as cobranças valiam vaga na fase de grupos. Gatito pegou a primeira cobrança, depois a segunda. Ainda voltou a brilhar ao defender uma terceira cobrança, e foi decisivo para colocar o Botafogo na fase de grupos da Libertadores. 

Deixando pelo caminho campeões continentais, o Glorioso conseguiu, com a ajuda de personagens decisivos, chegar nos grupos de uma competição que está apenas começando. O torcedor já sentiu o gostinho de Libertadores.