Com a camisa verde da Chapecoense, Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva nesta terça, em Porto Alegre. As lágrimas não demoraram a aparecer para falar sobre a perda de antigos companheiros e comandados no acidente do avião que transportava a delegação da Chape na Colômbia.
"Perdi meu pai quando estava começando, em 1979, e depois em 2010 eu perdi minha mãe. Um ou dois anos depois perdi duas irmãs. Por isso que falo, nessas horas é difícil falar, tentar colocar algumas coisas para essas famílias. Sei a dor que elas estão passando porque passei por isso", começou a falar Renato, tentando conter as lágrimas.
"Meus sentimentos a essas famílias... A melhor coisa é você ficar em silêncio, porque é difícil tentar colocar algumas palavras. De uma forma ou de outra, estou homenageando todas essas pessoas colocando a camisa da Chapecoense. Hoje não tem cor, não tem camisa, não tem clube, o mundo todo é Chapecoense", discursou.
Renato lembrou de quem conviveu mais de perto. Mário Sérgio e Caio Júnior, companheiros dos tempos de jogador, e de jogadores que foram seus comandados em sua trajetória como técnico.
"Posso falar para essas famílias é que me orgulhei muito de ter trabalhado com Mário Sérgio, Caio Junior, e de ter trabalhado como comandante de alguns jogadores que estavam nesse voo. Para mim, foi um orgulho, por isso que falo que sempre serão lembrados como heróis", e as lágrimas caíram de vez.
Renato lembrou ainda que "há um mês, enfrentamos a Chapecoense, na Arena, e pude falar com alguns dos jogadores, com o Caio. A tristeza é muito grande, a dor é muito grande".
O Grêmio se prepara para a decisão da Copa do Brasil, que seria nesta quarta-feira, mas acabou adiada devido ao acidente. Renato tenta estar " firme e forte em frente ao meu grupo para que eles sigam trabalhando para darmos o título da Copa do Brasil para a torcida".