Andoni Zubizarreta viveu os bastidores do Barcelona por muito tempo. Há um ano, o ex-goleiro deixou seu cargo de diretor esportivo do clube. Ao jornal espanhol Marca, o dirigente relembrou algumas passagens nos anos em que trabalhou nos bastidores dos Culés.
A mais curiosa delas foi em relação a formação do trio MSN. O dirigente revelou que Luis Suárez não era a primeira opção para reforçar o ataque, mas uma mordida mudou os rumos da história.
"Tínhamos algumas opções (para reforçar o ataque). A primeira não era Suárez, e ele sabe disso. No inverno, planejamos a contratação de Agüero. Não aconteceu. Sendo assim, não tivemos dúvida: Luis Suárez era nosso único objetivo", conta Zubizzarreta.
"Durante o processo de negociação, aconteceu o incidente com Chiellini (quando o atacante mordeu o zagueiro durante um jogo da Copa do Mundo no Brasil). O assunto deixou em dúvida muitos clubes que pretendiam contar com o atacante. Questionavam seu caráter e não se sabia a gravidade da punição. Pensei que era o momento certo de acelerar os trâmites da contratação", completou.
Assim foi feito. A mordida de Suárez em Chiellini ajudou o uruguaio a fechar com o Barcelona. Assim se formou o famoso trio MSN, formado pelo uruguaio, Lionel Messi e Neymar.
O brasileiro chegou uma temporada antes. Zubizzarreta lembra que o atacante chegou "com poucos precedentes parecidos. Romário, Ronaldo e Ronaldinho chegaram com experiência prévia em equipes da Europa".
"Neymar tinha algo necessário para nós: era um jogador com extraordinária capacidade para abrir defesas. Logo, assim o fez, e muito mais. Foram planejados mais objetivos, e ele os cumpriu, como ocorreu depois da lesão de Messi".
O dirigente garante que o sucesso do trio foi além do esperado. "Se o presidente tivesse me perguntado se os três acabariam fazendo um churrasco juntos, não sei se poderia afirmar".
A maior frustração
Sua maior frustração no período em que exerceu o cargo foi a saída de Pep Guardiola, treinador que comandou a equipe em um dos momentos mais vitoriosos da história.
"Um dos meus objetivos era conseguir a permanência de Pep. Reconheço que uma das minhas derrotas, talvez a maior delas, foi que Pep não seguiu no Barça", revelou o dirigente.
Zubizzarreta revelou que não falou com Pep desde então. "A amizade ficou em um parêntesis. Se agora está aberto, seria bom fechá-lo em algum momento da vida. Isso me dói muito. Ás vezes, a vida afasta os grandes amigos".