Com futuro incerto, promessa da base do Flu brilha nos EUA com artilharia

Stéfano Pinho despontou como promessa na base do Fluminense. Atacante, o jogador acabou subindo ao profissional como lateral, e não recebeu oportunidades. Passou, então, a ser emprestado. Defendeu equipes menores no Brasil, teve uma primeira passagem pelos Estados Unidos, jogou na Finlândia e voltou para a Terra do Tio Sam. Na última temporada, viu Raúl González ser campeão, mas foi artilheiro da NASL. Fez "parceiros importantes", e espera por presente de Ronaldo. 

Antes de chegar nas amizades de renome, comecemos do princípio. A base do Tricolor. Com Stéfano, aconteceu o processo inverso ao feito com Adriano no Flamengo: ao invés de sair da lateral para o ataque, foi do ataque para a lateral. Não conseguiu se adaptar, e acabou não recebendo chances no profissional. 

©Arquivo pessoal

"Eu fui artilheiro em alguns anos na base, então tinha a esperança de atuar no profissional. Só que, quando eu subi, subi como lateral-esquerdo. Eles me ofereceram a chance de subir como lateral, só que não tive chance de jogar. Fiquei quatro jogos no banco, e não consegui jogar. Fico meio pensativo quanto a isso, porque eu queria ter jogado", lamenta o atleta, em entrevista para ogol.com.br. 

Stéfano vê pelo lado positivo, e analisa que "foi ótimo para mim também, porque pude rodar um pouco, pegar experiência e conhecer outros lugares".

Primeira passagem nos EUA e os "causos" na Finlândia

O primeiro lugar fora do país na carreira de Stéfano foi exatamente seu atual: os EUA. Mas a passagem não durou muito. O atacante confessa que não conseguiu se adaptar no Colorado Rapids. "Eles procuravam outra filosofia. Era muito mais força, mais tático, então eu não estava muito acostumado com isso". 

O empréstimo seguinte foi para um lugar com língua, cultura e costumes ainda mais diferentes: a Finlândia. Stéfano lembra que a adaptação foi ainda mais difícil. 

©Arquivo pessoal

"Se nos EUA era diferente, lá era mil vezes pior. Só que eu fui com outros brasileiros, e se tornou mais fácil. No começo foi complicado, por causa da cultura, das regras...", lembra. 

A comunicação era um problema, como relembra, aos risos, o brasileiro. "Ou era finlandês ou inglês. Eu não sabia nem um, nem outro...  Já me perdi na rua, tive que trocar pneu e não sabia falar, ai fiquei fazendo mímica.. Meu bom era que não tinha medo de tentar. Não sabia, vamos lá, uma hora o cara vai me entender...", brincou. 

Retorno triunfal aos EUA

Depois de se perder nas ruas da Finlândia, esbarrar nos ruídos da comunicação e de marcar alguns gols com a camisa do MyPa, Stéfano voltou aos EUA, dessa vez para defender o Strikers. O jogador viveu, em 2015, a melhor temporada de sua carreira.

Stéfano Pinho FL Strikers 2015

29 Jogos   2435 Minutos

16

2

2

0

2x

ver mais »

Raúl González se despediu do futebol com o título, mas Stéfano acabou na artilharia da competição, com 16 tentos. O Strikers, do brasileiro, acabou eliminado exatamente pelo Cosmos, do espanhol, nas semifinais, ao ser derrotado por 2 a 1. 

Os parceiros de Stéfano

Ao longo da temporada, Stéfano fez algumas "parcerias" com nomes conhecidos do futebol nacional. Durante algum tempo, chegou a ter ao seu lado Léo Moura, "um cara super do bem, super parceiro. Foi uma pessoa que caiu do céu, e ajudou a gente bastante". 

Ronaldo, um dos donos do time, também foi figura nas "resenhas" de Stéfano. Inclusive, o "Fenômeno" está em dívida com seu artilheiro. 

©Arquivo pessoal

"Ele até estava brincando que eu tinha perdido gol. Tinha feito dois gols e ele me "zoou" que perdi um. Ai falei que faria no próximo. Ele foi ver e a gente ganhou de 7 a 1. Eu fiz três. Depois do jogo até brinquei com ele, e ele falou que, se eu fosse artilheiro da competição, ele me daria um presente. Estou esperando o contato para ver se vai rolar o presente ou não (risos)". 

Futuro em aberto 

Agora, o atacante tem futuro incerto. Seu contrato com o Fluminense acaba no final do ano, e Stéfano não sabe se volta ou não para as Laranjeiras. 

"Meu futuro está em aberto. Meu contrato com o Flu vai até dezembro. Gostaria de jogar no profissional lá, mas, se isso não acontecer, tenho que ter um plano B. Se não acontecer nada por lá (no Rio), quero voltar para os EUA, elevar ainda mais meu nome, poder conquistar mais coisas", disse.

Completamente adaptado a nova casa e vivendo "uma vida tranquila", em uma "cidade grande, mas sem aquela confusão" de Rio ou São Paulo, Stéfano Pinho pode continuar a escrever sua trajetória nos EUA. Talvez na Major League Soccer. "Quem sabe..."